O Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) disponibiliza, para download gratuito, o e-book Fake News – riscos à democracia, de autoria de “advogados que atuam na área privada, profissionais de Direito que trabalham no setor público, além de especialistas em comunicação e sociologia. No leque de temas, estão a relação das fake news com as políticas públicas, os agentes políticos, as mídias tradicionais e as instituições democráticas.”
O texto representa o olhar desta categoria profissional para a questão das fake news e contribui para o debate absolutamente necessário contra a desinformação e o negacionismo.

A expressão “porta-giratória” não é nova e a prática que ela legitima é, cada vez mais, uma afronta à transparência, à ética e a democracia. Na verdade, ela é utilizada para identificar a relação espúria entre a esfera pública e a esfera privada, com a circulação intensa e nefasta de “autoridades” entre o setor público e o setor empresarial. Por aqui, e em todo o mundo, é fácil notar a presença de empresários que ocupam lugar de destaque nos ministérios, órgãos públicos e agências de regulação, o que, quase sempre, evidencia claro conflito de interesses, mas acontece também o contrário: políticos atraídos para a área empresarial, onde transitam com grande desenvoltura.
Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, ainda que se atenha à realidade norte-americana, levanta questões importantes e delicadas sobre o lobby e a interferência de interesses privados na área pública, práticas comuns em todo o mundo e, também, por aqui, vide os casos emblemáticos dos ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Saúde em nosso país. O documentário “O mundo segundo a Monsanto”, disponível no YouTube, revela também, de forma dramática, como interesses comerciais de grandes corporações prejudicam sensivelmente o interesse público.