Ano 4 – No 45 – Junho 2022
|
Fala, professor! |
|
 |
|
Que a onça pintada e os espíritos
da floresta abençoem a nossa luta
|
Os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, ocorridos na Vale do Javari, no Amazonas, escancararam, de forma contundente, não apenas a ausência do Estado brasileiro na Amazônia. Eles evidenciaram a omissão imperdoável e criminosa de governantes, que praticam o discurso da soberania nacional, enquanto entregam o nosso território para bandidos que, ilegalmente, se apropriam de valioso patrimônio genético, e cumprem suas ameaças aos verdadeiros guardiões da floresta.
Na verdade, esses não foram os primeiros crimes bárbaros a que todos nós, cidadãos brasileiros, assistimos indignados, mas uma nova escalada que tem como patronos exatamente aqueles que deveriam proteger os povos originários, os nossos rios e a nossa biodiversidade.
Uma tragédia anunciada, que vem se repetindo ao longo do tempo, mas que culminou, nos últimos anos, com o desmonte nefasto dos órgãos de fiscalização, a cumplicidade sórdida com criminosos de várias estirpes (pescadores, madeireiros e garimpeiros ilegais, narcotraficantes, contrabandistas de armas) e a prática abjeta da impunidade, que legitima a vilania.
Assim como no caso Marielle, os verdadeiros responsáveis pelas mortes de Dom e Bruno podem, se a Justiça permitir, permanecer ocultos, certamente porque, se revelados, trarão à tona dezenas de personagens que circulam livremente pelos corredores de Brasília e de importantes capitais brasileiras. Temos que buscar a identificação das corporações do mal que, sob a inspiração do lucro a todo custo, efetivamente controlam a Amazônia.
|
|
|
|
Você Sabia? |
|
 |
|
Mulheres e homens dividirão o comando
das empresas...em 2065. Que demora! |
Estudo realizado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) concluiu que, apenas em 2065, as mulheres passarão a ter peso equivalente aos homens no comando das empresas brasileiras, o que, convenhamos é muito tempo. Tudo bem, a proporção de mulheres que dirigem as nossas companhias vem aumentando gradativamente: era 34,7% do total em 2015, passou para 36,9% em 2020 e se acredita que chegará a 51,1% em 2065.
A situação do Brasil não é nada invejável e essa desigualdade prevalece tanto no poder público quanto no setor privado. Se considerarmos os últimos 5 governos brasileiros e observamos a presença feminina nos ministérios veremos que elas ocupam em média apenas 14% dos cargos, o que coloca o Brasil em posição bastante inferior ao de outros países: somos, infelizmente, o quarto país com menor participação das mulheres no poder público.
Por que isso acontece? Os motivos são muitos e incluem preconceito, machismo exacerbado, e não sobram desculpas esfarrapadas, como a de que as mulheres têm que conciliar o trabalho com a geração e criação dos filhos.
O problema é cultural, estrutural e não vai ser resolvido, como indica o estudo da Firjan, em pouco tempo, muito pelo contrário. Enquanto isso, as empresas continuam praticando o discurso falso da igualdade, do comprometimento com a diversidade. Como diz o ditado, “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Que tal acelerarmos essas mudanças, hein? |
|
|
|
|
|
Há influenciadores às pencas no Brasil:
Será essa é a profissão do futuro? |
A gente já desconfiava: o Brasil tem influenciadores em cada esquina e muitos deles vivem às custas do que recebem pelo seu trabalho, chegando, em alguns casos, a uma remuneração expressiva por campanha realizada a favor das marcas: 18 mil reais em média. O número de influenciadores é muito grande: cerca de 500 mil no Brasil, segundo a Nielsen, empresa especializada em pesquisas, superando o de dentistas e de engenheiros, estimados respectivamente em 374 mil e 455 mil.
Os especialistas justificam essa realidade surpreendente: as pessoas reais e diferenciadas emprestam credibilidade às marcas e o poder das mídias sociais cresce a cada segundo. Os investimentos publicitários neste setor são cada vez maiores e chegaram, segundo pesquisa do Conselho Executivo das Normas Padrão (CENP) a 1,43 bilhão de reais no ano passado. Com a retomada dos negócios, é quase certo que estas cifras subirão ainda mais este ano.
É preciso admitir que a concorrência é aparentemente acirrada porque, segundo os entendidos no ramo, os jovens, sintonizados com as novas tecnologias, sonham um dia, se possível hoje mesmo, se tornar um influenciador de prestígio e, especialmente, com muito dinheiro. A profissão do futuro? Ou será que a moda passa? A conferir.
|
|
|
|
Jornalismo e riscos climáticos.
Um livro que merece a sua atenção
|
Se você se interessa pelo debate atual e relevante que envolve a questão das mudanças climáticas em todo o mundo, e seus reflexos sobretudo no Brasil, aqui está uma leitura que não deve perder. Referimo-nos ao livro Jornalismo e riscos climáticos: percepções e entendimentos de jornalistas, fontes e leitores, da competente pesquisadora Eloisa Beling Loose, resultado da sua tese na UFPR e que foi contemplada com o Prêmio Capes na área de Ciências Ambientais. Prefaciada pela profa. Ilza Maria Tourinho Girardi, professora, pesquisadora e líder do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental, da UFRGS, com a apresentação do jornalista e professor André Trigueiro, a obra merece leitura atenta porque se constitui em uma referência na área, tratando, de forma analítica e crítica, a cobertura jornalística dos riscos climáticos. Como acentua André Trigueiro, “a obra descortina horizontes de investigação importantes para a melhor compreensão de como os riscos climáticos são percebidos (ou não) pelos jornalistas, os cuidados na abordagem desses assuntos nas mídias, as dificuldades inerentes ao diálogo com as fontes, o desafio de traduzir o jargão científico e de amplificar o senso de urgência sem recorrer aos expedientes eticamente condenáveis do alarmismo e do sensacionalismo”. Vale a pena mesmo.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|