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Ano 6 – No 63 – Março 2024
Pensando a Comunicação fora da Caixa
 
Fala, professor!
  O jornalismo apoiado em IA tende a excluir grupos subrepresentados. E Isso não é certo!

Os especialistas, particularmente os comprometidos com a promoção da diversidade e a redução das desigualdades, têm chamado a atenção, de forma recorrente, para alguns efeitos nefastos das aplicações de inteligência artificial generativa. Essa condição não apenas se situa na utilização de sistemas de busca para obter informações sobre temas ou assuntos quaisquer, mas se agrava quando é utilizada para a produção de conteúdos jornalísticos que tendem a influenciar milhões de pessoas, no Brasil, e em qualquer lugar.
Um excelente artigo, assinado por Luba Kassovaf, coloca, de forma contundente o dedo nesta ferida provocada pela lógica algorítmica que orienta, de maneira geral, a circulação de informações contemporâneas. Diz ela, autora de conhecidos relatórios que contemplam as “perspectivas ausentes das mulheres no noticiário”:
“A existência de vieses embutidos na IA generativa – que inclui ChatGPT, Bard (do Google) e geradores de imagem como Midjourney – silencia e distorce, isso quando não apaga completamente, as vozes de alguns grupos sub-representados. Isso acontece porque a IA generativa amplifica vieses sociais por meio dos conjuntos de dados usados em algoritmos para gerar texto, imagem e vídeo, utilizando um pequeno grupo não representativo como o padrão para toda a população global.”).

 

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Você Sabia?
 
  Google é multado na França por não remunerar conteúdo jornalístico. E no Brasil?

Uma entidade francesa - Autoridade da Concorrência Francesa (ACF) - multou o Google em 250 milhões de euros pela quebra de um acordo que previa pagamento aos meios de comunicação pela utilização de conteúdo jornalístico. O Google não contestou o motivo da multa, confirmando que, efetivamente, não cumpriu o acordo, mas julga que ela foi desproporcional.
Esse acordo foi estabelecido há 5 anos e tinha como objetivo garantir aos produtores de conteúdo jornalístico (jornais, revistas e agências de notícias) remuneração devida (e merecida) pelo seu uso em buscadores on-line, inclusive para subsidiar ferramentas de inteligência artificial, como o Gemini, do Google. Decisões a este respeito serão, gradativamente, definidas em todo o mundo porque, na verdade, os direitos autorais dos conteudistas têm sido recorrentemente afrontados pelas gigantes da tecnologia que, por sua vez, auferem lucros gigantescos com essa apropriação indevida.
A Austrália é reconhecidamente a nação pioneira a legislar a esse respeito e isso já acontece deste 2021, quando os órgãos da imprensa, segundo dados divulgados naquele país, teriam faturado 200 milhões de dólares com esta providência. Evidentemente, as big techs não concordam em dividir parte dos seus lucros obtidos pela utilização de conteúdo alheio e têm ameaçado com boicotes e até tentativas de suspensão dos seus sistemas de busca e assim por diante.
No Brasil, a legislação que busca também recompensar os veículos jornalísticos anda a passo lento no Congresso e há dúvidas reais se ela será aprovada em breve. Enquanto isso, as big techs deitam e rolam, completamente impunes. Está na hora de enquadrá-las definitivamente porque utilizar conteúdo não autorizado é crime. Alô, Congresso. Vamos dar um jeito nisso logo?

Saiba Mais:
 
A dengue avança rapidamente no Brasil e as fake news sobre ela também!

Os casos de dengue no Brasil já atingem milhões de casos e as vítimas fatais já somam centenas e tendem a aumentar rapidamente. Na verdade, enquanto escrevemos e fazemos circular essa newsletter, novos casos e novas mortes estão sendo anunciados, evidenciando a gravidade do problema.
A comunicação governamental sobre a dengue tem merecido críticas justificadas porque não incluiu até agora campanhas competentes que informam sobre o problema e, especialmente, não têm conseguido atrair os públicos a serem atingidos (adolescentes), de que resulta uma baixa vacinação.
O problema, como sempre, reside também na divulgação de notícias falsas sobre a cura da doença, que tem merecido a atenção de jornalistas e especialistas comprometidos com o combate contra a desinformação.
Merece menção a este respeito o artigo do nutricionista Mauro Proença publicada pela revista Questão de Ciência, neste mês de março, que, ao mesmo tempo, explica como funciona este processo nefasto de circulação de informações falsas e dá exemplos dos absurdos que têm sido veiculados. Segundo ele, até chá com folhas de mamão estão presentes em numerosos comentários na rede como alternativa válida para curar a dengue.
Mauro Proença resgatou pesquisas e artigos com este teor e descobriu um deles que concluía que “a administração de suco de folhas de mamoeiro para a dengue clássica e hemorrágica é segura e eleva rapidamente a contagem de plaquetas.” Ao analisar os procedimentos que caracterizaram este estudo, ele identificou problemas que podem contribuir para um resultado não verdadeiro, como o tamanho amostral reduzido (pouco mais de 200 pacientes), o fato de o estudo ser aberto, o que pode levar os participantes e os pesquisadores a vieses, além da conclusão apressada de que dados de um estudo podem ser imediatamente considerados como definitivos, ignorando a necessidade de sua reprodução com o uso de metodologias rigorosas.
Enfim, não acredite nisso mamão não cura dengue, embora possa ser recomendado para outras situações e seja uma fruta, pelo menos para mim, bastante saborosa.
Cuidado com as fake news: elas podem ser tão perigosas como a própria doença a que estão associadas porque, quase sempre, não contribuem para estimular as pessoas a procurarem a assistência médica adequada, agravando o problema.

 

Leia:
 
A alimentação do planeta tem poucos donos. O monopólio nunca é bom, correto?

Temos assistido, com preocupação, o debate que envolve os alimentos ultraprocessados, responsáveis, em todo o mundo, pelo surgimento e agravamento de doenças que acometem, sobretudo os jovens. Já noticiamos em newsletters anteriores os prejuízos causados por uma alimentação inadequada, estimulada por grandes corporações multinacionais (brasileiras e estrangeiras), com a cumplicidade das autoridades.
Artigo do “O Joio e o Trigo”, publicação que se caracteriza pelo seu espírito crítico e investigativo, assinado por João Perez, vai mais além: traz levantamento que indica que os três maiores gestores de investimentos do mundo (BlackRock, Vanguard Group e State Street Global Advisors) têm participação acionária relevante em mais de 60% das corporações que dominam o sistema alimentar do planeta, incluindo a Coca-Cola, Pepsico e Bunge, dentre outras.
Segundo o artigo, um relatório intitulado “Os barões da alimentação”, publicado há dois anos, chamou a atenção para o fato de que esse controle centralizado “mina a concorrência, porque as grandes gestoras de investimentos não têm interesse em um mercado dinâmico, e acaba por criar mercados ainda mais concentrados.” Isso significa que autoridades, o que inclui legisladores em todo o mundo, não estão conseguindo deter o avanço deste monopólio, com prejuízos incalculáveis para os consumidores.
Recomendamos, fortemente, a leitura deste artigo. Convocamos também os interessados nesta temática para que façam a associação necessária com reportagens e estudos que aprofundam essa análise e que, inclusive, denunciam a ação de lobbies poderosos.
É importante destacar também que essa pressão das produtoras de ultraprocessados tem dado resultados no Brasil, como comprovam algumas estatísticas importantes. Por exemplo, em 2021, as indústrias de ultraprocessados receberam benefícios fiscais de grande monta do governo brasileiro: “A soma das isenções fiscais das (apenas) 5 principais colocadas ultrapassava R$2,5 bilhões de reais por ano”, conforme dados da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal.
Estas informações fazem parte de notícia publicada pelo blog da (ACT Promoção da Saúde), que denuncia, de forma contundente: “Dar incentivos fiscais para produtos nocivos à saúde é favorecer o adoecimento da população! Com esses bilhões de reais que deixam de ser pagos ao governo, as indústrias de ultraprocessados aumentam seu lucro e podem baratear o preço final de seus produtos, que concorrem de modo desleal com alimentos saudáveis – como arroz, feijão, frutas, verduras e legumes.”

Leia com interesse:
 
Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação

Entrevista do diretor da Comtexto é publicada no Observatório da Comunicação de crise (OBCC)

 

O OBCC – Observatório da Comunicação de Crise, referência na área acadêmica e profissional, que produz e divulga valioso material sobre esta temática acaba de publicar entrevista do jornalista e professor Wilson da Costa Bueno, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa.
Na entrevista, o professor Bueno destaca questões essenciais associadas ao processo de gestão da comunicação em situações de crise, chamando sobretudo a atenção para a necessidade de desenvolvimento deste processo de forma ética, transparente e profissional, renegando, desta forma, qualquer tentativa de improvisação. O link direto para a entrevista.

 

 

Conheça a Política de Comunicação do IFBA

 

A Comtexto Comunicação e Pesquisa presta consultoria/assessoria para implementação de Política de Comunicação Institucional para organizações e empresas na área pública e privada, especialmente Institutos Federais e universidades, e está desenvolvendo, este ano, um projeto abrangente que contempla este processo. Se sua empresa tem interesse em elaborar, em 2024, este documento estratégico de gestão, contate-nos. Vale a pena dar uma olhada na Política de Comunicação do IFBA – Instituto Federal da Bahia, que recentemente colocou este documento no seu portal institucional à disposição dos interessados. O link de acesso é este.

 
Clicando e aprendendo
 
  Pesquisadores da USP desenvolvem máquina para favorecer o sono. Puxa, que coisa boa!

Até que enfim uma notícia boa para a nossa saúde. Reportagem publicada pelo Jornal da USP revela que pesquisadores do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), vinculado à Escola Politécnica (Poli), acabaram concebendo uma máscara “mais eficiente e confortável” para tratamento da apneia do sono.
Como explica a reportagem, “A apneia do sono é caracterizada por obstruções repetitivas da garganta durante o sono, que geram pausas respiratórias. O problema afeta cerca de um terço dos brasileiros, segundo levantamento do Instituto do Sono. Quando se manifesta, a musculatura da garganta se fecha e só volta ao normal quando a pessoa acorda, o que pode se repetir várias vezes ao longo do sono. Isso, além de afetar negativamente a qualidade do sono, pode causar doenças no coração, devido à alteração constante da oxigenação. Nos casos de apneia moderada ou severa, uma das recomendações de tratamento é usar o CPAP, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.”
O CPAP é um equipamento bastante utilizado no tratamento da doença e que faz o bombeio de ar no paciente. Acontece que muitas pessoas não se dão com ele porque acabam se engasgando com o ar que vai da boca para a cavidade nasal.
A solução adotada é considerada inovadora porque a máscara (com pedido de patente já registrado) utiliza uma técnica específica que consegue “manter, no nível ideal e de forma autorregulada, diferentes pressões do ar no nariz e na boca, que deve ser cerca de 10% maior no nariz”.
Certamente, ainda há passos importantes a serem dados, mas, a princípio, não há dúvida de que estamos diante de uma inovação que merece ser saudada por todos nós. Vamos poder dormir tranquilos.

 

Confira a reportagem:
 
Você conhece a JEDUCA? Não? Pois devia.

É muito importante que os comunicadores, e outros profissionais, acompanhem, regularmente, as atividades desenvolvidas por entidades/associações da área de comunicação porque, quase sempre, elas produzem e divulgam informações de interesse, como novos estudos e pesquisas, eventos, cursos e práticas de sucesso.
Este é o caso da Jeduca (Associação dos Jornalistas de Educação) que tem como principal objetivo produzir materiais diversos e valiosos, como guias, reportagens e até mesmo bastidores de matérias, entre outras coisas, que subsidiam os jornalistas que cobrem esta área. Ela realiza um congresso muito importante – Congresso Internacional de Jornalismo de Educação – que parte agora para a sua oitava edição. Como explica em seu portal, a Associação “oferece ainda uma rede com os jornalistas de educação, para troca de ideias e de informações, e cursos de formação para profissionais já em atividade e para estudantes de jornalismo.” Para ser sócio da Jeduca é preciso ser jornalista, professor ou estudante de Jornalismo.
A Jeduca recebe apoio financeiro de inúmeras organizações, mas é fundamental destacar que “os financiadores não interferem nos conteúdos, ações ou discussões promovidas pela Associação”.
A presidenta da Jeduca é Renata Cafardo, repórter especial de O Estado de S. Paulo, que cobre educação há quase 25 anos, vencedora de vários prêmios (Embratel, Ayrton Senna, Andifes, ABMES, Estadão, Troféu Mulher Imprensa).

 

Conheça e associe-se à Jeduca:
 
As mudanças climáticas também afetam o PIB do planeta

O impacto das mudanças climáticas é cada vez mais intenso e abrangente, de tal modo que somente os negacionistas de plantão podem contestar os seus efeitos dramáticos.
Artigo publicado em março pela revista Nature, uma das mais importantes publicações científicas, evidencia o tamanho da perda global do PIB do Planeta: no mínimo de US$3,75 trilhões que podem chegar até US$24,7 trilhões, dependendo da quantidade de CO2 emitida. Seus autores são pesquisadores de uma universidade pública de Londres, a University College London.
O estudo, como informa reportagem publicada pelo Observatório do Clima, “avaliou o impacto do estresse térmico nos sistemas socioeconômicos até 2060, incluindo a perda de saúde e diminuição da produtividade diária do trabalho devido a ondas de calor extremo, além de perdas indiretas devido à estagnação da produção.” Fica claro, pelo estudo, que os países mais pobres serão os que sofrerão maiores prejuízos, mas isso não significa que as nações mais desenvolvidas serão poupadas. Os países ricos, na medida em que a capacidade de produção de minerais e produtos alimentares de seus parceiros comerciais, que são em geral países menos favorecidos, for afetada, sofrerão perdas consideráveis. O estudo sugere que, em função disso, os mais ricos deverão apoiar, sem titubear, as nações pobres e em desenvolvimento. O planeta está todo articulado e não se pode examinar um problema global sob uma perspectiva fragmentada.
O alerta está dado e o mundo depende da competência de sua governança global. Vale a pena ler a reportagem, cujo acesso pode ser feito pelo link abaixo.

 

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Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno 
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br

As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada.
 
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