Loading color scheme

Estamos bebendo, sem saber, agrotóxicos em nossas casas. para acreditar nisso?

Se você duvidou da afirmação contida no título deste artigo, é melhor parar um tempo e ler o que vem a seguir com muita atenção. Mas vamos resumir: o fato é verídico, e isso significa que a sua, a nossa saúde está correndo risco, sem que a gente tenha sido alertado sobre o perigo.

O Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade de Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, revela que em um número significativo de cidades brasileiras (mais de 1.300), foram encontrados resíduos de agrotóxicos na água que corre das torneiras das casas, ou seja, o veneno está chegando direto para todos nós, sem intermediários.

Os dados foram coletados entre 2014 e 2017 e podem ser ainda mais alarmantes, visto que praticamente metade dos municípios brasileiros (quase 3.000 deles) não fez testes neste período.

Isso acontece porque os filtros comuns, como aqueles que a gente compra ou instala em nossas residências, não conseguem impedir a passagem dos agrotóxicos e eles circulam livremente.

Embora não seja motivo para alarme imediato, já que os níveis considerados seguros ainda não foram superados na maioria esmagadora dos casos, é bom que fiquemos alertas porque, segundo os especialistas, adotamos critérios mais frouxos para esta mensuração do que em outros países, por exemplo os europeus.

Com a liberação indiscriminada de agrotóxicos, como temos assistido neste momento, é bem provável que, ao longo do tempo, a situação fique fora de controle.

Devemos estar atentos para esse risco potencial de contaminação, assim como é urgente redobrarmos os cuidados quando consumimos alimentos, como frutas e verduras, que, no caso brasileiro, mantêm, há muito tempo, níveis proibidos de presença de agrotóxicos.

A Anvisa recomenda, por exemplo, que utilizemos uma mistura de água (1 litro) com uma colher de água sanitária (hipoclorito de sódio), mantendo os alimentos nela imersos, por algo em torno 20 minutos. Há especialistas que também sugerem o uso do bicarbonato de sódio no lugar da água sanitária, valendo-se da mesma proporção (um litro de água e uma colher de sopa de bicarbonato de sódio). Qualquer uma destas medidas pode contribuir (e muito) para atenuar o impacto dos agrotóxicos na nossa saúde.

 O Brasil tem um número alarmante de acidentes, inclusive fatais, por agrotóxicos e isso se deve pelo fato de estarmos praticamente no topo do ranking entre os países que mais usam veneno na agricultura. Além disso, a ausência de uma política pública responsável contribui para o incremento da sua utilização, deixando-nos vulneráveis à sua ação nefasta.

Convém sempre repetir: agrotóxico é veneno. Não caia na história de que ele é remedinho para planta.

Wilson da Costa Bueno, Diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa, consultoria na área de Comunicação Corporativa/ Jornalismo Especializado.