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Os podcasts vieram para ficar. E prometem fazer muito barulho

Eles vieram chegando devagarzinho, embora costumem fazer barulho, e isso significa que estão aí para todo mundo ver (ou melhor, ouvir!). Esta é a realidade que cada vez mais se torna evidente, quando se examina a utilização progressiva e diversificada dos podcasts no Brasil.

É fácil perceber que eles estão ganhando terreno, conquistando novos adeptos, porque sua utilização abrange desde o mundo corporativo até a Academia, passando, com ruído e sucesso, pela área editorial, em função dos inúmeros lançamentos em audiolivros.

A USP, a Unicamp, outras universidades e centros produtores de conhecimento, como a Fiocruz, têm utilizado os podcasts sobretudo na divulgação científica, buscando tornar acessíveis os resultados de pesquisa, estudos e reflexões sob a reponsabilidade de suas fontes especializadas (professores e pesquisadores).

As empresas e organizações de maneira geral também descobriram o seu potencial e estão se valendo dele na comunicação interna e mesmo para informar ao mercado sobre seus produtos, suas realizações e assim por diante. Reportagem da revista Exame evidencia estas novas aplicações, citando exemplos de empresas como a Nielsen, especializada em pesquisa de mercado, a farmacêutica Novartis e a seguradora Mapfre.

Reportagem recente da Folha de S. Paulo traz dados interessantes sobre o setor de audiolivros que, ao que parece, tem sido cogitado como forma de recuperar a perda das editoras com a edição dos livros tradicionais. Inúmeras iniciativas vêm surgindo no mercado e já se sabe que os podcasts têm uma vantagem: atraem uma audiência que prefere ouvir do que ler e este pode ser um nicho auspicioso no futuro.

Segundo pesquisa da Abpod, Associação Brasileira de Podcasters, citada nesta reportagem da Folha de S. Paulo, referente ao ano passado, já se conhece o perfil  do ouvinte brasileiro: ele é homem (84,1%), tem entre 23 e 29 anos (35,3%), é solteiro (56,2%), com ensino superior (32,7%) e faz parte das classes A e B (69,1%).”

Há, certamente, desafios a superar, mas o que se pode garantir é que os podcasts estão se consolidando como canais de prestígio e, dado o seu baixo custo e o interesse crescente que vêm despertando em várias áreas, tem tudo para “sentar banca e permanecer por aqui”.

Como esta sociedade conectada costuma dar muitas voltas, promover lançamentos e derrubá-los em pouco tempo, esta é uma situação que vale a pena acompanhar. Mas ignorar que eles estão fazendo barulho, é, com certeza, a alternativa menos razoável. Quem sabe, não está na hora de entrar nesse jogo. Você e sua empresa já pensaram nisso?

Wilson da Costa Bueno, Diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa, consultoria na área de Comunicação Corporativa/ Jornalismo Especializado.