Você não acha que está na hora de sua empresa construir uma Política de Comunicação Institucional?

Temos reforçado, com insistência, inclusive nas edições da nossa newsletter “Pensando a comunicação fora da caixa (veja todas as edições em https://www.comtexto.com.br/novidades), a necessidade urgente de as empresas e organizações em geral construírem a sua Política de Comunicação Institucional, com o objetivo de incrementar a relação com os seus públicos estratégicos e a sociedade.
Felizmente, esta iniciativa tem sido implementada por um grupo já significativo de organizações que colocaram a mão na massa, particularmente nos últimos 5 anos, e já contam com este instrumento estratégico de gestão da comunicação. É preciso destacar, sobretudo, as instituições públicas (institutos federais, universidades federais e estaduais, empresas e institutos de pesquisa), mas este esforço também têm sido empreendido por instâncias do poder legislativo e judiciário, numa demonstração de que, finalmente, estamos acordando para uma realidade: só com uma Política de Comunicação, sistematizada, construída democraticamente, é possível planejar, executar e avaliar com competência as ações, as estratégias, os projetos e os produtos de comunicação.
Não podemos esquecer o pioneirismo da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que, já na década de 90, elaborava a sua Política de Comunicação, colocando-se na vanguarda em nosso país, e das organizações que trilharam este caminho recompensador, há um bom tempo, como a Fiocruz, a Eletrobras, o IFSC, a Udesc, ou que inovaram em seu segmento (Assembleia de Minas, TRF5, STF, alguns Tribunais de Contas, dentre outras). Parabéns também para tantas outras instituições, como a UFMG e o IFBA, para só citar dois casos, que aprovaram a sua Política de Comunicação em 2023 e as que, como a UFRJ, estão, neste momento, desenvolvendo esse processo.
A Política de Comunicação é mais do que um simples documento que sistematiza as diretrizes e posturas que uma organização adota para o seu trabalho de comunicação: ela representa, efetivamente, um processo que abrange todas as suas áreas, mobiliza todos os seus funcionários ou servidores, para que a comunicação atinja um patamar de excelência e se defina, na prática, como integrada e estratégica.
Há, como sabemos, vários tipos de Política de Comunicação, desde a que apenas enuncia diretrizes gerais e indica as funções e atividades de sua estrutura profissionalizada de comunicação, até aquela que, como temos trabalhado em nossas consultorias, se legitima como um verdadeiro estatuto da comunicação organizacional.
Pouco a pouco, as empresas estão se dando conta de que não deve apenas indicar atributos gerais (transparência, ética, profissionalismo, impessoalidade, para só citar alguns) a serem obedecidos pela sua comunicação, mas explicitar, com precisão, ações e diretrizes que dizem respeito a um grupo importante de temas da área (comunicação em situações de crise, gestão da comunicação nas redes sociais, comunicação da acessibilidade, diversidade e inclusão, comunicação e governança corporativa, avaliação da comunicação organizacional, capacitação dos comunicadores, dentre muitos outros).
Se a Política de Comunicação não for utilizada para subsidiar, efetivamente, um Plano de Comunicação, a ser implementado a curto, médio e longo prazo, ela tende a morrer de inanição, visto que acaba se reduzindo a um documento que, pouco a pouco se desatualiza.
Não há, a meu ver, como assumir a comunicação em sua dimensão estratégica, se esses temas não foram amplamente e democraticamente consensuados internamente. Caso isso não aconteça, as organizações se sentirão como uma nau sem rumo, navegando nos mares turbulentos da comunicação contemporânea, cada vez mais complexa, sujeita à onda de desinformação e de práticas equivocadas que apenas contribuem para aumentar a turbulência organizacional.
Se você concorda conosco, então vamos lá: arregace as mangas e esteja empenhada(o) para desencadear o processo de construção de uma Política de Comunicação Institucional, se a sua organização ainda não a elaborou. Esteja à vontade para contatar-nos (professor@comtexto.com.br) e teremos o maior prazer em contribuir para que este passo seja dado.
Uma dica de leitura: consulte o artigo publicado no e-book “Gestão da Comunicação Pública: estudos do X Congresso Brasileiro de Administração Pública”, intitulado As etapas e os desafios da elaboração e implementação de uma Política de Comunicação Institucional na área pública (ele está disponível gratuitamente no link).
Uma observação final e que reflete uma dúvida cruel: por que as empresas privadas no Brasil não dão também este passo importante, já que a maioria dos exemplos que são citados se situam na comunicação pública? Não está na hora de as empresas de vanguarda examinarem as vantagens da elaboração e implementação deste indispensável e valioso instrumento estratégico de gestão?
2024 está aí. Que tal empreender este processo e “dar um up” na comunicação da sua empresa? Sua empresa poderá ser pioneira também com a inclusão de novos temas (Aplicações de IA em comunicação, por exemplo) em sua Política de Comunicação. O que acha disso?
Se precisar, não hesite em indagar sobre a nossa experiência, reafirmada no desenvolvimento de Políticas de Comunicação Institucional para quase duas dezenas de empresas e organizações.
Um excelente final de ano e um 2024 de muitas conquistas para a comunicação da sua empresa.
Observação: Ilustração de Gerd Altmann, da Pixabay.
Wilson da Costa Bueno, Diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa, consultoria na área de Comunicação Corporativa/ Jornalismo Especializado.