Ano 1 – No 15 – Outubro 2019
|
Fala, professor! |
|
 |
|
Métricas em comunicação organizacional: dá para confiar? |
Houve um tempo em que gestores de comunicação organizacional/institucional, incapazes de estabelecer métricas ou indicadores para avaliar as suas ações ou estratégias, sobretudo a curto prazo, se esforçavam para convencer as chefias ou clientes de que mensurar os resultados em comunicação não era algo fácil de se fazer e que, no fundo, era algo bastante questionável.
Evidentemente, não eram muitos os empresários (patrões ou clientes) que aceitavam essa justificativa e a recusavam, visto que não podiam acreditar (e não deviam mesmo) que houvesse qualquer investimento que resistisse a um processo de avaliação.
A tese dos primeiros gestores foi caindo por terra porque, para ações de marketing, para campanhas de propaganda e outras atividades na área da comunicação mercadológica, a mensuração já era um fato consumado e trazia resultados auspiciosos. |
|
|
|
Você Sabia? |
|
 |
|
Pesquisa diz que você pode comer carne sem sentir culpa. É mesmo? |
Volta e meia, a gente se depara com uma nova pesquisa, quase sempre legitimada por investigadores pertencentes a institutos ou universidades internacionais, com resultados que contrariam convicções anteriores, tidas como praticamente inquestionáveis.
Muitas delas envolvem produtos ou alimentos que fazem parte do nosso cardápio tradicional e, por isso, sempre que divulgadas, chamam muito a atenção. É o caso desta pesquisa recente, coordenada por professores da Universidade Dalhousie, do Canadá, que chegou à conclusão de que a carne vermelha não é tão vilã como se diz e que excluí-la da nossa dieta não contribui em nada para melhorar a nossa saúde.
Os adeptos do churrasco (viva os irmãos gaúchos) adoraram, mas os veganos ficaram em pé de guerra. Mas não só eles: todos os estudiosos que condenam o uso (pelo menos abusivo) da carne vermelha e que associam o seu consumo regular e intenso com determinados tipos de câncer questionaram a pesquisa.
Os críticos do estudo polêmico alegam que essas pesquisas são nocivas, assim como seriam nocivas aquelas que buscam negar o impacto do consumo abusivo de álcool, chocolate e de doces em geral na saúde dos cidadãos. E lembram que comer menos carne também tem vantagens ambientais desejáveis, porque é sabido que, para aumentar a produção, incentiva-se o desmatamento.
Se você, como eu, gosta de uma suculenta picanha, e, por isso, ficou contente com os resultados da pesqisa, tudo bem, mas vamos com calma. Comer com equilíbrio é melhor e não precisa de muita pesquisa para confirmar isso. Ou precisa? |
|
|
|
A supremacia quântica do Google |
Não é de hoje que a expressão “computação quântica” frequenta o discurso das pessoas sintonizadas com a evolução da tecnologia e os sonhos de algumas empresas que pretendem sair na frente em termos de sua efetiva aplicação. Muitas iniciativas foram apontadas como pioneiras e grandiosas neste sentido, mas perderam força quando foram analisadas de mais de perto, o que tem tornado a realidade da computação quântica ainda distante.
Mas, ao que parece, o Google resolveu transformar intenções em fatos concretos e acaba de anunciar que atingiu esse objetivo tão perseguido. Segundo seus pesquisadores, a empresa está prestes a realizar uma das mais relevantes revoluções do nosso século, com o investimento de bilhões de dólares para finalmente conseguir a supremacia quântica. Na prática, o que isso significa? O Google afirma que um computador quântico por ela criado resolveu um problema que “demoraria muitíssimo tempo a mais para ser solucionado pelos algoritmos convencionais, que rodam em computadores clássicos.” E é isso que caracteriza esta pretendida supremacia.
Faltam maiores detalhes, mas o que se sabe é que esses pesquisadores irão publicar em breve (no mês de outubro, provavelmente) um artigo numa revista especializada para dar conta deste feito espetacular.
Segundo especialistas bem informados, em reportagem publicada pela revista Superinteressante, da Editora Abril, um “processador da empresa teria resolvido em 3 minutos e 20 segundos um cálculo que levaria 10 mil anos para ser executado – por nada menos que o mais avançado supercomputador da atualidade, o Summit. Essa máquina colossal da IBM realiza mais de um quintilhão de operações por segundo.”
O negócio é esperar para ver. Quem sabe, não se trata de mais um alarme falso. Em nome da fama e do pioneirismo, vale tudo no universo das gigantes da tecnologia. Mas não se pode negar que o Google tem tudo para chegar lá. |
|
|
A publicidade discrimina as mulheres negras. Preconceito e burrice |
Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, especializado na análise do mercado consumidor, sob encomenda da Folha de S. Paulo, concluiu o que, infelizmente, todos nós já imaginávamos: a publicidade brasileira relega as mulheres negras e pardas a um segundo plano, protagonizando pouco mais de 17% dos comerciais (que se reduzem a 7%, no caso de anúncios envolvendo instituições da área financeira).
Os resultados desta pesquisa permitem duas leituras: a postura de anunciantes e agências tem muito de preconceito, mas também de “burrice”.
Preconceito porque as mulheres negras, embora representem 28% da população brasileira (60 milhões de pessoas), continuam na invisibilidade, talvez porque anunciantes acreditem que utilizá-las em suas campanhas contribua para degradar a imagem de seus produtos e marcas. Lamentável.
Burrice (e das grandes) porque as mulheres negras movimentam cerca de 704 bilhões de reais ao ano, o equivalente a 14% do consumo nacional.
Esperamos que os dados desta pesquisa atualíssima contribuam para reverter este cenário e que agências, anunciantes e a própria sociedade consigam enxergar as mulheres negras a partir de uma nova perspectiva. Preconceito é crime e burrice é sinal evidente de desvio de caráter. A propaganda brasileira merece um tremendo pontapé nos fundilhos. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|