Não há como negar. O desejo de todos nós, cidadãos deste planeta pandêmico, é ter acesso, o mais rapidamente possível, a uma vacina que nos permita, de uma vez por todas, liquidar com o novo coronavírus. Mas esta esperança, com certeza, não é suficiente para que a solução salvadora esteja disponível a curto prazo.
A ciência não caminha de forma tão acelerada como os nossos sonhos e desejos, porque é refém de métodos e procedimentos que, quase sempre, só se desenvolvem a contento a médio e longo prazos.
Descobrir e fabricar uma vacina para qualquer vírus, a qualquer tempo, nunca foi uma tarefa fácil e há doenças, como a Aids, também transmitida por um vírus (HIV), que, apesar de ter surgido há décadas, ainda não tem uma vacina que a torne inativa. Sim, há medicamentos que permitem (ainda bem!) uma sobrevida importante e que, para muitos casos, inibem esta doença, mas uma vacina que impeça a contaminação por este vírus, quando em contato com pessoas infectadas, não existe.

A Fenaj divulgou, em levantamento recente, que mais de 4 mil jornalistas brasileiros já sentiram na pele o impacto da MP 936/2020, tendo, com isso, ou reduzido o seu salário e jornada ou perdido inclusive o seu emprego. O levantamento está apoiado em informações de 16 sindicatos de jornalistas e confirma que mais de 3.900 profissionais de imprensa com carteira assinada tiveram redução de salário e de jornada entre 25% e 70%, como consequência da pandemia, ao mesmo tempo em que quase 300 deles tiveram seus contratos de trabalho suspenso ou foram demitidos.
O impacto no mercado de trabalho dos jornalistas certamente é bem maior, seja porque o levantamento não incluiu todos os sindicatos, e pelo fato de estes dados serem informados pelas empresas jornalísticas e elas, necessariamente, não relatam todos os casos.
Os jornalistas dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo foram os mais penalizados (mais de mil deles, nestes dois casos, foram impactados pela MP), ainda que a atividade jornalística seja considerada como essencial durante a pandemia do coronavírus.
Como não há certeza de que as empresas pouparão os profissionais de imprensa nos próximos meses – a pandemia continua – o estrago, infelizmente, será bem maior.