| Ano 2 – No 31 – Fevereiro 2021
												  
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																					| Fala, professor! | 
																				 
																				
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																											O crescimento da informação digital e a ação nefasta da “tropa cibernética” | 
																										 
																										
																											A pandemia tem criado obstáculos gigantescos para a economia e a saúde em todo o mundo e, praticamente, nos tornado reféns de um vírus, cada vez mais mutante e traiçoeiro. Secundariamente, tem provocado alterações importantes nos processos de comunicação, confinando-nos à prática do home office e ao uso intensivo das tecnologias digitais. 
Podemos apontar, neste período, dois fatos que evidenciam mudanças significativas no universo das notícias que tem revolucionado o sistema de produção, circulação e consumo de informações. 
Em primeiro lugar, como indica estudo da Comscore, empresa de análise de audiência, a quarentena, que se iniciou em 2020 e se prolonga por quase um ano, alavancou o consumo de mídia digital na América Latina, estimulado pela adoção do ensino a distância, pela aceleração dramática do processo de produção de mensagens pelas mídias sociais e pela utilização de plataformas digitais, como o Google Meet e o Zoom, dentre outras.      | 
																										 
																									
																								 
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																								| Você Sabia? | 
																							 
																							
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																											Para as vítimas de Brumadinho, este acordo não VALE! | 
																										 
																										
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																											   O crime ambiental de Brumadinho completou dois anos e dói demais lembrar que ainda há 11 desaparecidos, para desespero das suas famílias, além dos 272 mortos. A reparação às famílias das vítimas tem acontecido de forma injusta e precária. 
É importante frisar que mais de 200 mortos eram funcionários da Vale que, por omissão e ganância, não tomou as medidas necessárias para evitar a maior catástrofe ambiental da nossa história. Ela insiste, cinicamente, na tese de que foi um acidente, afrontando a verdade dos fatos, gastando muito dinheiro em propaganda, faturando alto com a venda de minério, enquanto o ambiente e as comunidades atingidas permanecem devastadas. 
O acordo firmado, no mês passado, entre a Vale e o governo de Minas Gerais tem sido alardeado por ambos os lados como se a Justiça finalmente tivesse sido feita, mas a verdade é que ficou barato para a empresa que, ontem, hoje e sempre tem contado com a conivência das autoridades.  Nenhum dirigente foi responsabilizado e tudo segue, como se o crime pudesse ser apagado. 
A empresa tem se esforçado em lavar as mãos, isentar-se da culpa, mas o mar de lama que jorrou sobre todos nós não deixará que esqueçamos o dramático episódio. Não foi acidente, foi crime mesmo. Simples assim. 
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																								| O acesso dos países pobres à vacina exige quebra de patentes | 
																							 
																							
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																								   A busca desesperada pela vacina para imunizar a população mundial contra a Covid-19 evidencia uma realidade de há muito conhecida: o acesso aos medicamentos, todos eles, inclusive a vacina contra o novo coronavírus, é desigual, desumano e favorece sempre os países hegemônicos. 
Além do negacionismo criminoso em relação à vacina, e da irresponsabilidade do governo federal que não providenciou, em tempo hábil, doses suficientes para imunizar nem mesmo os grupos mais vulneráveis, é preciso denunciar o comportamento das farmacêuticas que se aproveitam da elevada demanda para garantir e ampliar os seus privilégios. 
Só há mesmo uma saída: um esforço global, solidário, para quebrar, ainda que por tempo limitado, as patentes das vacinas. A OMS – Organização Mundial da Saúde, reconhece, como acentua Tedros Ghebreyesus, diretor geral da entidade: “Os mecanismos impulsionados pelo mercado, por si só, são insuficientes para atingir o objetivo de interromper a pandemia através da obtenção de imunidade coletiva com vacinas. Suprimentos limitados e demanda esmagadora criam vencedores e perdedores”. Ele propõe o “compartilhamento aberto de tecnologia de fabricação de vacinas, propriedade intelectual e know-how por meio do Covid-19 Technology Access Pool [ou C-TAP, iniciativa para compartilhamento voluntário de tecnologias], renúncia temporária de barreiras de propriedade intelectual e expansão de contratos voluntários entre fabricantes”. 
A resistência dos países ricos, que produzem a maioria das vacinas já aprovadas, e dos laboratórios que as produzem, no entanto, é enorme, quase indestrutível, e tem permitido que a situação se agrave em nome de um lucro gigantesco. O interesse público mundial deveria prevalecer, mas certamente essa não é a regra do jogo. Com a justificativa de que é preciso proteger a propriedade intelectual, os que estão ganhando com esta demanda brutal ludibriam a população mundial e governos, fechando acordos de fornecimento de vacinas que não conseguem cumprir, tornando os países, sobretudo os mais pobres, reféns de sua ganância. 
O Brasil tem permitido a extensão das patentes de medicamentos em prazo maior do que o praticado pelo mundo inteiro e o país tem sido, por isso, penalizado brutalmente pela adesão a uma legislação draconiana que apenas protege os laboratórios multinacionais. 
Está na hora de mudar o jogo. Em tempos de epidemia, é preciso olhar mais para os pacientes (que morrem aos milhões) do que para os produtores de remédios (que lucram bilhões de dólares). 
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																								| A origem do mundo: ciência x religiões | 
																							 
																							
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																								   A Editora Zahar está lançando o livro Gênesis, escrito por Guido Tonelli, professor da Universidade de Pisa e pesquisador da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), que promete acirrar o debate sobre a origem do mundo. O título da obra é o mesmo de uma novela, com grande audiência, atualmente em cartaz pela Rede Record, mas as percepções em relação ao tema são completamente diferentes. 
O autor compara relevantes e recentes descobertas científicas sobre o Big Bang com as interpretações feitas por inúmeras religiões e culturas em todo o mundo e que atravessam os tempos. A ciência se vê diante do negacionismo e de visões que não encontram respaldo em evidências e a proposta do livro resgata esta divergência, buscando fortalecer o pensamento e a metodologia científica. 
Guido Tonelli confessa que teve algum receio quando se propôs a escrever o livro porque “não queria ser ofensivo e desrespeitoso com as pessoas que acreditam nos mitos da criação como o da Bíblia” e porque não queria ser arrogante, dar a impressão de que a ciência tem explicação para todas as coisas, ainda que ela represente a melhor e mais racional tentativa de entender o mundo em que vivemos. 
Instigante, o trabalho de Guido Tonelli merece a nossa leitura. Só não vale imaginar que os cientistas são deuses porque isso implicaria em negar o próprio “ethos” da ciência. 
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