Ano 3 – No 40 – Novembro e Dezembro 2021
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Fala, professor! |
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Lei de Acesso à Informação completa 10 anos. Mas a transparência da gestão pública ainda é limitada |
A Lei de Acesso à Informação (LAI) completou, no mês de novembro e é preciso admitir que ela tem contribuído para o incremento da transparência na administração pública. Evidentemente, como costuma acontecer em países e com autoridades avessas às boas práticas na gestão pública, há tentativas recorrentes de impedir o acesso às informações oficiais.
Com a LAI, ficou autorizada a solicitação, para os governos (municipais, estaduais e federais) e para os poderes executivo, legislativo e judiciário, de dados e informações que possam estar revestidos de interesse público.
Para os jornalistas, esta ferramenta tem favorecido a cobertura da gestão pública, sobretudo pela revelação de informações que, até há algum tempo, eram sonegadas aos cidadãos, em particular pela prática abusiva do sigilo, o que penaliza a consolidação da transparência. Muitas reportagens premiadas, nos últimos anos, foram possíveis pelo acesso a dados e informações relevantes, como gastos públicos, ação dos lobbies junto ao Executivo e negócios realizados debaixo do ano pelo legislativo brasileiro.
É forçoso reconhecer, no entanto, que a utilização desta ferramenta exige capacitação dos interessados (é fundamental saber como realizar os pedidos de acesso às informações e dos prazos para a obtenção de resposta). Neste momento, no caso brasileiro, este esforço exige muita disposição e paciência porque as autoridades resistem a esta publicação, com receio de que ela traga à tona posturas comprometidas com a falta ética e de lisura no trato da gestão pública.
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Você Sabia? |
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O Sal do Himalaia não tempera a sua saúde |
Esqueça de vez o tal de Sal do Himalaia, saudado como aquele que “tem propriedades mágicas”. Como explicam os entendidos, ele não passa de um sal como qualquer outro, apenas inclui impurezas de óxido de ferro. Mais ainda: sua extração é insustentável: no Paquistão, ela se vale de mão de obra que vive em regime de escravidão. Não há propriedades medicinais eficazes, como indica a agressiva propaganda deste produto. Você já deve ter lido nas mídias sociais uma postagem irônica, mas verdadeira: “Puxa, dei azar. Comprei Sal do Himalaia que existe há milhões de anos, mas o pacote que comprei tem validade para apenas poucos dias”. Enfim, fuja dessa mentira, assim como esqueça remédios milagrosos para próstata, para fungos e outras besteirinhas mais. Confie na ciência e fuja do marketing da picaretagem.
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Brasil derruba um bilhão de árvores em um ano |
A reunião da COP-26, recém realizada no Reino Unido, segundo os especialistas que adotam uma perspectiva mais realista e crítica, avançou muito pouco. O discurso dos governantes que lá estiveram, inclusive os do Brasil, propagou metas ambiciosas e compromissos diversos. Na verdade, em reuniões anteriores também se observou a mesma postura: prometer e não cumprir, mesmo porque os lobbies do petróleo e a omissão dos líderes mundiais são atributos importantes do processo negacionista em relação às energias renováveis e à defesa efetiva da vida no planeta.
O governo brasileiro, com sua pirotecnia ambiental, negou as evidências que são claras: de agosto de 2020 a julho de 2021, segundo o INPE, derrubamos mais de um bilhão de árvores, cerca de 32 a cada segundo e batemos recordes sucessivos de devastação predadora.
Que fique claro: uma floresta úmida, como a Amazônia, também pega fogo e os culpados pelo desmatamento certamente não são os indígenas.
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A extinção das línguas indígenas e os prejuízos à medicina natural |
Não há dúvida de que a destruição progressiva dos povos indígenas representa uma perda irrecuperável de um patrimônio histórico e cultural, sobretudo para países como o Brasil, mas estudos recentes evidenciam que os prejuízos não são apenas de vidas humanas, embora elas (é lógico) devessem ser preservadas a todo custo.
Estudo de dois biólogos espanhóis, Rodrigo Cámara-Leret e Jordi Bascompte, citado em artigo da “Revista Pesquisa Fapesp”, mostra que o conhecimento indígena, em particular associado ao uso de plantas medicinais, tem a ver com as línguas das diferentes tribos. Segundo eles, apenas a língua ticuna “falada por aproximadamente 50 mil habitantes da Amazônia brasileira, encapsula um conhecimento de mais de 150 utilidades medicinais de plantas que é exclusivo desse povo.” Ou seja, quando a língua se extingue, há uma perda incalculável de conhecimento e muitas delas, inclusive no Brasil, estão fadadas inevitalmente ao desaparecimento. Preservar a cultura, a linguagem e a vida dos nossos indígenas deve ser um compromisso de todos nós
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