Pesquisa realizada por Nicole Blanco Bernardes, e que consta de dissertação de mestrado orientada pela professora Maria Helena Palucci Marziale, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, evidencia, mais uma vez, a relação direta entre o uso e a exposição a agrotóxicos e problemas importantes de saúde. A partir da medição de um indicador presente no sangue, ficou estabelecido a nefasta relação entre agrotóxicos e doenças de agricultores familiares nos municípios de Pimenta e Capitólio, em Minas Gerais.
“Os resultados mostraram que 42,5% dos 140 trabalhadores rurais que participaram da pesquisa relataram algum sintoma de intoxicação. Dentre os sintomas descritos pelos entrevistados, a dor de cabeça foi o mais presente no grupo (33,8%), seguida por queixas de irritabilidade ou nervosismo (21,3%) e suor intenso (15%). “A pesquisa revelou, também, que “somente uma pequena parcela deles (6,3%) associou os sintomas a ter tido algum tipo de intoxicação por agrotóxico, indicando que há desconhecimento sobre o risco dos produtos, principalmente quando equipamentos de proteção não são corretamente utilizados.”
A omissão oficial que, além de não garantir adequada fiscalização, incentiva o uso abusivo de agrotóxicos, certamente é responsável por estes problemas que se repetem, de forma ampla, em todo o território nacional.

Os indígenas, no Brasil, na América Latina e no mundo todo, enfrentam preconceitos e têm sido objeto de ataques que ameaçam a sua cultura e a sua própria sobrevivência. Para que os comunicadores e a mídia possam participar, de forma competente e ética, do processo narrativo que envolve as comunidades indígenas, vale a pena prestar a atenção no que diz o mexicano Juan Manuel Jiménez Ocaña, especialista em interculturalidade e educação indígena, presente a um encontro que tratou desta questão. Ele, de forma objetiva e pedagógica, listou 10 dicas que nos ajudam a narrar a realidade indígena. Dentre elas, podemos citar: 1) evitar a vitimização e a criminalização; 2) não confundir modo de vida com pobreza; 3) deixar os indígenas serem seus próprios contadores de histórias; 4) entender a importância dos seus idiomas e 5) não utilizar o modelo ocidental que defende a necessidade de “civilizá-los”.