Ano 1 – No 5 – Maio 2019
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Fala, professor! |
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O Facebook vai estreitar relações com a indústria jornalística. Afinal de contas, o que nós ganharemos com isso? |
O Facebook acaba de lançar um ambicioso projeto - Projeto Facebook de Jornalismo que, literalmente, pretende “estabelecer laços mais fortes entre o Facebook e a indústria jornalística.” Segundo o documento de divulgação do Projeto, o Facebook quer “colaborar com empresas de notícias para desenvolver produtos, aprender com jornalistas quais são as melhores formas para criar parcerias e vamos conversar com publishers e educadores para entender como podemos ajudar as pessoas a se tornarem leitores informados na era digital.” |
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Você Sabia? |
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Os YouTubers são mais influentes do que os jornalistas? Pera ai! Vamos exercitar o espírito crítico para não dizer besteira? |
O Relatório Creators Connect: o poder dos YouTubers (Google), divulgado no primeiro trimestre deste ano, trouxe dados interessantes sobre o poder destes protagonistas do mundo digital, mas tem provocado interpretações nem sempre críticas e muitas vezes generalistas demais.
Concluir, por exemplo, a partir dos dados deste levantamento, que os YouTubers têm mais influência do que os jornalistas (ver https://www.huffpostbrasil.com/entry/youtubers-ja-sao-mais-influentes-do-que-jornalistas_br_5cad0d3ae4b01160af599f2f) significa avançar demais o sinal. Como diz a expressão popular: menos, bem menos. É preciso ter presente de que há limitações a esta influência e que ela, no mínimo, se restringe a temas determinados e a grupos de influenciados também determinados.
Basta frequentar ou pertencer a determinados grupos (jornalistas, professores universitários, profissionais de maneira geral, com o mínimo de espírito crítico) para perceber que essa generalização é, no mínimo, apressada, visto que as opiniões emitidas pela maioria dos YouTubers, como Whindersson Nunes, citado amplamente por estas matérias que interpretam o relatório, não são levadas a sério, sobretudo no que diz respeito a temas qualificados (economia, política, ciência e tecnologia, cultura, meio ambiente e por aí).
Os YouTubers, de maneira geral, são, efetivamente, grandes influenciadores da opinião pública, particularmente junto a jovens que não dispõem ou acessam fontes de informações qualificadas ou pessoas não esclarecidas. À exceção dos YouTubers que são realmente especialistas em uma determinada área e reconhecidos como tal, os demais YouTubers não são considerados como formadores de opinião com credibilidade por todo mundo, muito longe disso.
Há pessoas, entusiastas dos ambientes digitais e sem visão crítica, que saem pelo mundo proclamando qualquer coisa, mas não é bem assim. Cuidado com o andor que o santo é barro. Toda generalização traz riscos importantes e, por isso, é melhor avançar com cuidado para não machucar a cabeça em armadilhas pontiagudas que existem por aí. Caso contrário, a pancada vai doer muito em que se arrisca a concluir mais do que os dados, as estatísticas e as evidências indicam. Resumindo: apesar dos deslizes da imprensa, é melhor acreditar mais nos jornalistas comprometidos com a precisão e a veracidade da informação do que em celebridades que conhecem pouco e falam demais. Não vamos confundir entretenimento com produção de informação qualificada. |
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Congresso de Jornalismo Investigativo este mês,
em São Paulo. Anote direitinho aí na sua agenda |
O Jornalismo Investigativo não se constitui apenas em uma expressão a mais: já existe há algum tempo uma Associação com esta denominação (Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e um Congresso Internacional que se realiza anualmente para contemplar aspectos desta “nova” modalidade do Jornalismo.
Muitos colegas jornalistas questionam esta expressão, alegando (e têm razão!) que o jornalismo deveria ser, em essência, investigativo e que o Jornalismo Investigativo legitima, na verdade, de um pleonasmo. O professor Manuel Carlos Chaparro, referência na área, é contundente: “Jornalismo investigativo é um rótulo que me parece um tanto arrogante. No sentido de que “nós estamos fazendo o bom jornalismo, o jornalismo importante. O resto é secundário. Isso é um equívoco inclusive teórico. Porque o jornalismo investigativo não se pode separar da atualidade que se manifesta no relato. O relato diário é a manifestação das ações que alteram a realidade e não tem sentido que você não defenda um jornalismo exigente e responsável nessa condição de relatar.”
Há quem contraponha o Jornalismo Investigativo ao Jornalismo Acomodativo, aquele que se torna refém das fontes, sobretudo oficiais, bastante praticado em nosso País. Talvez fosse mesmo melhor valorizar o substantivo – Jornalismo – e definir bem os seus pressupostos. Jornalismo chapa-branca não é Jornalismo, e nunca será.
Mas vamos ao que interessa: o 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo está chegando e ele será realizado de 27 a 29 de junho de 2019 em São Paulo, no campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi (R. Casa do Ator, 275). Você pode se inscrever e conferir a programação (muito boa!) no portal da Abraji. |
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Uso incorreto de medicamento mata milhões de pessoas.
80% dos brasileiros se automedicam. O assunto é sério!
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Até 10 milhões de pessoas, segundo entidades vinculadas à ONU, podem morrer nas três próximas décadas por uso abusivo e inadequado de medicamentos (https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/29/uso-excessivo-de-medicamentos-pode-causar-ate-10-milhoes-de-mortes-por-ano-ate-2050-alerta-onu.ghtml). Além dos efeitos colaterais importantes (alguns fatais) que os remédios consumidos sem controle provocam, estamos assistindo a um fenômeno previsível (a teoria da evolução, de Darwin, o explica facilmente): o aumento da resistência das bactérias que vão, gradativamente, se fortalecendo. O uso de medicamentos não acontece apenas pela ingestão direta pelos cidadãos, mas de forma indireta pela sua aplicação na indústria da carne (aves e bovinos principalmente) e pela contaminação da água, com o descarte irresponsável de medicamentos.
O Brasil ocupa lugar de destaque no ranking dos países consumidores de medicamentos e, segundo pesquisa DataFolha (ver link ao final desta notícia), quase 80% dos brasileiros (77%, se quisermos ser exatos) se automedicam, ou seja tomam remédio sem prescrição médica, ou quando ela existe, a burlam (alterando, por exemplo, a dose recomendada). Os remédios são caros, as consultas que garantem a prescrição são inacessíveis a boa parte da população (pela precarização do sistema de saúde e pelo custo das consultas particulares) e a falta de informação sobre os riscos do uso abusivo é quase total.
A pesquisa constatou que os analgésicos e antitérmicos (50% do total), antibióticos (42%) e relaxantes musculares (24%) são os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros.
A luz amarela já se acendeu há algum tempo, mas a omissão e a ausência de campanhas competentes continuam favorecendo o incremento deste hábito tão difundido quanto perigoso. |
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