Volta e meia, em particular nesta era tumultuada da desinformação, os jornalistas e os comunicadores, de maneira geral, são convocados para emitir suas opiniões e produzir notícias e reportagens que têm como objetivo estabelecer a verdade dos fatos. Aprendemos, nas boas escolas de Jornalismo, que os profissionais de imprensa devem pautar-se pela objetividade, mantendo-se sempre fiéis à verdade e que, portanto, devem ser neutros, analisar as diversas versões sobre um fato, e preferencialmente, não tomar partido. Mas isso é querer demais e, na prática, não faz sentido.
Quando se leva esta proposta ao pé da letra, as dificuldades são enormes porque, em boa parte dos casos, comprovadamente um lado costuma estar com a razão e não vale a pena confundir o leitor, o radiouvinte, o telespectador e o usuário de mídias sociais com versões que afrontam a realidade. Que fiquemos livres para sempre dos terraplanistas, dos que negam a teoria da evolução e a importância da vacinação!
O jornalista, como qualquer outro profissional, tem opiniões, conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, e não os descarta quando produz uma reportagem, muito pelo contrário. A objetividade jornalística não é fácil de se atingir e, em muitos casos, ao dar espaço para todos os lados de um tema ou questão, podemos contribuir para aumentar, junto aos cidadãos, o caos informacional. É fundamental checar os fatos e informações, não se deixar levar por vieses de qualquer ordem (político, religioso, ideológico), mas isso não significa que, agindo desta forma, possamos nos considerar neutros ou objetivos.
O debate é complexo e está na essência da práxis jornalística atual.Questionar os conceitos de objetividade e neutralidade (alguém realmente é neutro?) contribui para qualificar o processo de produção jornalística. Se você gosta do tema, leia o artigo de Martin Baron, editor executivo do Washington Post, intitulado Objetividade como método, publicado, há um mês, no caderno Ilustrada Ilustríssima, da Folha de S. Paulo, sintetizado no link abaixo.

Não se pode contestar o fato de que o hábito de ler bons livros deve ser incentivado e que contribui para aprofundar os nossos conhecimentos sobre temas diversos. Mas, atualmente, a valorização da leitura atingiu um novo patamar, com a chamada biblioterapia, ou seja, a utilização da leitura como recurso valioso para eliminar ansiedades, depressões, alternativa que tem se mostrado útil e eficaz para adultos e crianças.
Reportagem publicada pelo Jornal da USP concluiu que a biblioterapia efetivamente funciona para um número grande de casos e que ela é indicada em “grupos de pessoas que enfrentam doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson, ou doenças crônicas como o câncer”. Algumas unidades da USP mantêm clubes de leitura com esse objetivo, como o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas (REMA), da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.
Os (bons) livros nos ensinam muitas coisas e, quando utilizados em intervenções psicoeducativas bem conduzidas, exercem papel fundamental para a fortalecimento da nossa saúde mental.