Site Comtexto Comunicação e Pesquisa
 
 
Quem Somos   |   O que fazemos
 
 
Ano 5 – No 57 – Agosto 2023
Pensando a Comunicação fora da Caixa
 
Fala, professor!
  Muitas corporações são corresponsáveis por crimes de violação de direitos humanos. Elas têm que pagar por isso.

Cada vez com maior frequência, têm ocorrido crimes no Brasil que envolvem corporações nacionais e estrangeiras, muitas vezes pela ação de funcionários ou empresas terceirizadas. Em geral, tais crimes costumam estar associados a atividades voltadas à segurança patrimonial, mas também por infrações que escancaram a violação dos direitos humanos, como no caso de trabalho escravo. Quando o escândalo chega à imprensa, com potencial para manchar a imagem e a reputação das corporações, elas buscam, a todo custo, eximir-se desta responsabilidade, como se não soubessem de coisa alguma e não tivessem a ver com o problema.
Ora, se o funcionário de uma empresa que presta serviços a um supermercado agride (há casos de morte, como o do Carrefour, no RS) um consumidor ou comete crime de racismo, homofobia, dentre outros (comuns em lojas de shopping centers das nossas capitais), a corporação contratante é obviamente corresponsável e não pode ficar impune.
Felizmente, a Justiça brasileira, pressionada pela opinião pública, tem agido (certamente em não todos os casos), no sentido de colocar estas corporações no banco dos réus e imputado a elas penalidades de natureza moral e financeira. Existe, obviamente, um conflito entre a ânsia pelo lucro, o descuido na capacitação de funcionários ou na contratação de empresas terceirizadas que violam os direitos humanos e desrespeitam os direitos dos cidadãos. O problema é tão sério e recorrente que merece um debate profundo da sociedade e decisões ágeis e corretas dos juízes.

 

Leia mais
 
Você Sabia?
 
  Pesquisa escancara o racismo nas companhias abertas brasileiras

O discurso recorrente das nossas empresas em favor da inclusão e da diversidade soa conflitante com a realidade e evidencia desafios enormes para a consolidação de uma sociedade mais justa.
É o que demonstra recente pesquisa realizada pela Faculdade de Direito da USP e que buscou analisar a relação entre a governança corporativa e a diversidade racial nas nossas companhias abertas. Ela concluiu que a desigualdade, em todas as suas dimensões, vigora de maneira significativa. Segundo dados relativos às companhias abertas, coletados no período de 2019 a 2011, não havia pessoas pretas ocupando cargos nos conselhos de administração e apenas cerca de 1% era preenchido por pessoas pardas. Isso significa, pelo estudo, que a “chance de uma pessoa branca ocupar cargos de liderança é 58 vezes maior em comparação a uma pessoa não branca”. A pesquisa mostrou, ainda, que, nos cargos de diretor presidente e diretor financeiro, não foram identificadas pessoas pretas ou pardas.”
O professor de Direito Comercial, Carlos Portugal Gouvêa, autor da pesquisa, afirma que “a dificuldade de alcance a altos cargos de gestão também afeta a perspectiva de crescimento para profissionais pretos e pardos” e defende a necessidade de “políticas de ações afirmativas nas universidades, juntamente com as ações ético-raciais nas companhias”, pois “não adianta ter políticas de inclusão nas empresas, sem pessoas qualificadas para preencher os cargos”. Como se pode ver, os discursos das empresas não são observados na realidade. Santa hipocrisia!

Detalhes da Pesquisa:
 
A digital criminosa dos médicos nas campanhas anti-vacinação

No período mais crítico da pandemia da Covid-19, concluímos que , infelizmente, governantes, parlamentares, autoridades, e até comunicadores e profissionais de saúde, subestimaram o seu impacto, e contribuíram para divulgar notícias falsas sobre a doença. Com isso, estimularam o uso de medicamentos sem qualquer eficácia, como a cloroquina.
Mas os equívocos e a irresponsabilidade não pararam por aí. Ainda hoje, muitos médicos e profissionais de saúde continuam fazendo campanha contra a vacinação, e comprometendo o esforço competente realizado por décadas em nosso país para prevenção de doenças.
Pesquisa realizada pelo Núcleo de Integridade da Informação da agência Nova SB, que analisou cerca de um milhão de postagens antivacinas nas redes sociais entre 1º de março e 30 de maio deste ano, conclui que elas alcançaram 240 milhões de publicações, e podem ter contribuído ou estarem contribuindo ainda para que um número significativo de brasileiros não se vacine (ou deixe de vacinar seus filhos).
É preciso mencionar sobretudo a ação irresponsável da Associação Médicos pela Vida (MPV) que divulga métodos de grupos negacionistas, inclusive do exterior, e que promove terapias ineficazes, como já fez com medicamentos durante a pandemia, o que lhe rendeu pesada multa. Ela justifica sua postura, afirmando que promove debate científico, mas essa é a narrativa de todos os que adotam procedimentos derivados de pseudociências.
Consulte a reportagem da jornalista Cláudia Colluci na qual descreve e denuncia, com competência, as atividades realizadas por médicos e outros profissionais com o objetivo de boicotar o processo de vacinação, com impacto nefasto na saúde dos cidadãos.

 

Leia a Reportagem em:
 
Acidentes de trabalho, a dramática realidade brasileira

O número de acidentes de trabalho no Brasil bateu recorde em 2022 (houve 600 mil notificações a este respeito), com a morte de mais de 2.500 trabalhadores. Estes dados constam de uma pesquisa realizada pelo Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, disponibilizada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nesta ordem, foram os Estados onde foi registrado o maior número de acidentes de trabalho, certamente porque se constituem também nas unidades da Federação que apresentam os maiores contingentes da população economicamente ativa em nosso país.
A dramática realidade brasileira evidencia a necessidade de reforço às políticas públicas voltadas para a questão da segurança no trabalho e de campanhas permanentes de conscientização, inclusive para que os trabalhadores estejam atentos aos riscos reais e potenciais em sua jornada diária. O MPT, que tem desenvolvido ações importantes neste sentido, adverte para a importância do comprometimento das empresas, com ações de comunicação, e defende a disponibilização de equipamentos de segurança. O MPT advoga, também, a de criação de uma autêntica cultura de prevenção e segurança no ambiente laboral.


Mais informações:
 
Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação

Oficina sobre Política de Comunicação no Congresso Brasileiro de Comunicação Pública

 

O diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa, Wilson da Costa Bueno, ministrará a oficina “Construção de uma Política de Comunicação Institucional” no II Congresso Brasileiro de Comunicação Pública, Cidadania e Informação, que acontecerá nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2023, no Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/Campus Natal).
Na programação do evento promovido pela ABCPública, conforme indicado no portal do evento, “estão previstas palestras, mesas-redondas e apresentações de artigos científicos que abordarão questões como: comunicação pública, mídias tradicionais e mídias digitais; direitos humanos e decolonialidade; democracia, transparência e participação; radiodifusão pública, privada e estatal no Brasil e na América Latina; direito à informação e acessibilidade; gestão e governança da comunicação pública.”
A Oficina, coordenada por Wilson Bueno, professor sênior da ECA/USP, terá a duração de uma hora e abordará questões como: A Política de Comunicação como instrumento estratégico de gestão. Política de Comunicação: uma tipologia. As etapas básicas de construção de uma Política de Comunicação. A importância do processo de construção coletiva. Os principais desafios para a implementação da Política de Comunicação.
Participe do II Congresso de Brasileiro de Comunicação Pública. Informações sobre a programação e inscrições estão disponíveis no site do evento em: https://doity.com.br/iicongressobcpci-2023

 

 

Comtexto desenvolve guias e manuais de comunicação institucional

 

A Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria em comunicação organizacional e jornalismo especializado, desenvolve uma série de produtos de comunicação institucional para atender a demandas específicas de empresas e organizações de maneira geral. Dentre os produtos oferecidos, estão guias e manuais que contemplam, dentre outros, “boas práticas de gestão da comunicação nas mídias sociais”; “gestão da comunicação em situações de crise”; “planejamento e produção de newsletters institucionais”; “auditoria de presença e imagem das organizações na mídia”; “diagnóstico e avaliação da eficácia da comunicação interna” e “normas de redação para publicações institucionais”; “guia de comunicação diversa e inclusiva”; “guia de comunicação acessível”. Se sua empresa ou organização tiver interesse em contar com a parceria da Comtexto para a realização destes produtos, fique à vontade para contatar-nos pelo e-mail: professor@comtexto.com.br

 
Clicando e aprendendo
 
  Guia de Segurança Pública para jornalistas

Ninguém ignora que os profissionais de imprensa, em seu trabalho diário de cobertura jornalística, especialmente diante de temas controversos e pela presença em locais e junto a grupos que oferecem riscos, estão sempre às voltas com questões de segurança. O número de jornalistas agredidos ou que, infelizmente, perderam a sua vida no Brasil e em todo o mundo é significativo.
O Instituto Sou da Paz, em parceria com outras organizações (o Instituto Fogo Cruzado, a Fiquem Sabendo e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), desenvolveu projeto, denominado “Programa de Jornalismo e Acesso a Dados de Segurança Pública”, que contemplou essa questão. Ele consistiu em um “conjunto de oficinas on-line gratuitas e mentoria com foco em jornalistas atuantes em mídias independentes periféricas que puderam ampliar seu conhecimento sobre como acessar fontes oficiais de dados de segurança pública e como solicitar dados ainda não disponibilizados pelos governos ao público via Lei de Acesso à Informação (LAI).” Desse projeto resultou a publicação “Segurança Pública em Dados: Guia Prático para Jornalistas” que, segundo os responsáveis pelo Guia, “nasce como um produto feito com jornalistas para jornalistas, mas é um convite também a pesquisadores, ativistas, gestores públicos e qualquer pessoa que queira aprender desde como monitorar os diferentes índices de violência que afetam seus bairros até a comparar o nível de transparência exercido pelos governos de seus estados em relação ao resto do país.”
Cumprimentamos o Instituto Sou da Paz e seus parceiros pela iniciativa e convidamos todos os colegas, jornalistas e comunicadores em geral, a acessarem esta importante publicação pelo link abaixo:

 

Download em:
 
Um guia para “sobreviver nas redes”

O projeto Plataforma Democrática, em colaboração com o InternetLab e o GPoPAI/USP, com o apoio da Open Society Foundation, acaba de lançar a publicação “Sobrevivendo nas redes: Guia do cidadão”, que tem como objetivo “fortalecer a cultura cívica no Brasil”. Segundo os responsáveis pela publicação, “sem compromisso com correntes partidárias ou com explicações técnicas alongadas, a ideia deste texto é descrever como funcionam as ferramentas que utilizamos diariamente para nos informarmos e para nos posicionarmos politicamente e, assim, entender como elas podem ser usadas para manipular ou distorcer nossa opinião. O guia aborda, por exemplo, como as redes sociais e seus mecanismos de feeds viraram espécies de “editores” das informações que chegam até nós, papel antes desempenhado por profissionais do jornalismo”. Ele mostra como dados pessoais que nós mesmos fornecemos podem ser utilizados por especialistas da comunicação política para produzir perfis e, ainda, polarização política.”
Compartilhar informações e experiências que contribuem para uma interação saudável e produtiva com as redes sociais representa postura importante e que merece ser saudada. Os interessados poderão, pelo link abaixo, acessar gratuitamente a publicação.

 

Acesso ao Guia:
 
O desperdício de alimentos pelo consumidor brasileiro

Sabemos, por experiência própria, que desperdiçamos, em nossa casa, uma porcentagem significativa dos alimentos que compramos, reforçando um processo mais amplo que inclui desde a produção dos alimentos, seu transporte e armazenamento.
Pesquisa realizada por Lucas Rodrigues Deliberador para o seu doutorado, defendido em 2023 na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), levantou as causas que contribuem para o desperdício de alimentos nos domicílios brasileiros. Os resultados trazem dados interessantes e que merecem a nossa atenção: pessoas que se preocupam mais com as questões ambientais, interessadas em poupar dinheiro e com a desigualdade social, em geral, desperdiçam menos alimentos. Mas (é sempre assim) um número grande de cidadãos leva para casa mais alimentos do que consegue consumir, descarta, sem dó, alimentos que não estão totalmente íntegros (por exemplo, uma fruta ou vegetal com algum “machucadinho”), mas que podem ser ainda aproveitados. O pesquisador elencou também algumas medidas que podem ser adotadas para evitar esse desperdício, como “planejar melhor as suas refeições; dar um melhor aprovisionamento dos alimentos prontos; conferir as datas de validade das embalagens e a quantidade de alimento que vem em uma embalagem ao comprá-lo; fazer uma lista de compras consciente e segui-la ao ir ao supermercado; se policiar com promoções do tipo "compre um, leve dois", que podem levá-lo a comprar em excesso; reaproveitar as sobras; checar os alimentos que foram esquecidos no refrigerador. E o principal, não esquecer daqueles que vivem com insegurança alimentar, esta pode ser a maior forma de conscientização.”
Se você deseja fazer parte do grupo dos inimigos do desperdício de alimentos, consultar a tese de Lucas Deliberador pode ser um bom começo.

 

Leia a tese:
 
 
Expediente
 

Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno 
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br

As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada.
 
Curta nossa Fanpage   Siga-nos no Instagram   Siga-nos no Twitter   Veja nosso canal no Youtube
 
 
© 2023, Comtexto - Comunicação e Pesquisa. Todos os direitos reservados
 
 
Desenvolvimento e envio por AMS Public - Sites e Sistemas para Internet