Ano 1 – No 6 – Maio 2019
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Fala, professor! |
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A importância da vigilância cívica e da coragem para denunciar os crimes corporativos |
Muita gente se surpreendeu com a revelação recente da Bayer sobre uma postura não ética da gigante agroquímica e de biotecnologia adquirida por ela no ano passado: a Monsanto monitorava e jornalistas e políticos que expressavam posições contrárias a ela. Arrogante e truculenta (como é possível perceber nitidamente no documentário “O mundo segundo a Monsanto”, disponível em vários idiomas, e inclusive legendado em português no YouTube), a produtora do glifosato (provoca mesmo câncer, como indicam processos em curso nos EUA?) sempre perseguiu os seus adversários, buscando eliminá-los a todo custo, nem que para isso fosse necessário utilizar procedimentos não éticos, um dos quais confessados agora pela sua nova proprietária. |
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Você Sabia? |
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Conheça as bruxas de Jundiaí, personagens ilustres de
dissertação de mestrado na USP.
Verdade mesmo. Você duvida? |
Talvez você não tenha ouvido falar de duas mulheres “endiabradas” que circulavam em Jundiaí, cidade do interior paulista, entre São Paulo e Campinas. Elas foram Thereza Leyte e Escholástica Pinta da Silva, respectivamente mãe filha, que, no ano distante de 1754, foram julgadas pelo Tribunal do Santo Ofício, sob a acusação de utilizarem feitiçarias para matar o senhor Manoel Garcia, genro de Thereza, além de outros homens. Mas, pode acreditar, elas existiram, e essa história (macabra?) foi relatada pela pesquisadora Narayan Porto em sua dissertação de mestrado intitulada “Feitiçaria paulista: transcrição de processo-crime da Justiça Eclesiástica na América portuguesa do século 18”, defendida, no ano passado, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A leitura da dissertação é deliciosa, resgatando todo o contexto desse período inquisitório no qual uma Igreja severíssima buscava identificar e eliminar as pessoas (bruxas ou feiticeiras) que tinham “pacto com o diabo”. Qualquer semelhança com algumas figuras que despontam no cenário atual brasileiro talvez não seja mera coincidência. A pesquisadora gravou alguns vídeos que narram esta história e que podem ser vistos e ouvidos em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/bruxas-paulistas-pesquisa-resgata-historia-de-mulheres-acusadas-de-feiticaria/. Você também poderá acessar a dissertação integral no link abaixo. |
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Transgênicos, alienígenas, cura espiritual e muito mais.
O que os brasileiros têm a dizer sobre ciência e tecnologia? |
Pesquisa realizada pelo DataFolha, encomendada pelo Instituto Questão de Ciência (já citado em newsletter anterior), ouviu mais 2 mil brasileiros maiores de 16 anos, em 130 municípios de todas as regiões do país, para avaliar o grau de concordância dos entrevistados em relação a uma série de questões ou temas, como transgênicos e saúde, visita de alienígenas, cura espiritual, mudanças climáticas, benefícios das vacinas, dentre outras, e chegou a conclusões interessantes. O espaço aqui não é suficiente para resumir as percepções dos diferentes segmentos da população brasileira sobre todos estes temas, mas podemos adiantar que o nível de conhecimento qualificado tem relação direta com o grau de instrução e que, em determinados grupos, a confusão entre evidências científicas e crenças sem sustentação alguma se estabelece. Pelo menos, a maioria dos brasileiros não tem dúvida de que a Terra gira em torno do Sol, que as vacinas fazem bem, que as mudanças climáticas são uma realidade e, em sua maioria, até duvidam da presença dos alienígenas em nosso planeta. Mas, apesar disso, não podemos festejar: sabemos que a alfabetização científica precisa ser incrementada e que o ensino formal e os meios de comunicação podem contribuir para que o conhecimento baseado em evidências prevaleça. Um país desenvolvido não se constrói com crenças sem fundamento. |
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Os algoritmos estão se intrometendo na nossa vida e nos
negócios. O que a gente tem a perder ou a ganhar com isso? |
Você já deve estar cansado de ouvir falar em algoritmos e certamente também já esbravejou contra eles quando não conseguiu encontrar os posts que julgava relevantes nas mídias sociais ou foi importunado por anúncios intrusos enquanto navegava na web. Pois é: é bom que vá se acostumando com isso porque eles já fazem parte da rotina do mundo da informação e, o que é mais assustador: estão invadindo a nossa privacidade a todo momento. Mas os algoritmos, como aplicações da inteligência artificial, podem também gerar resultados significativos para os cuidados com a nossa saúde, como aprimorar o diagnóstico de parasitoses, por exemplo. Você pode aprofundar o seu conhecimento sobre os algoritmos buscando material qualificado na Web e um bom começo é a reportagem publicada na Revista Fapesp há pouco mais de um ano (https://revistapesquisa.fapesp.br/2018/04/19/o-mundo-mediado-por-algoritmos/), bastante didática e de fácil compreensão. Você pode também ouvir o podcast, de Gilson Schwartz, professor de Economia do Audiovisual da ECA/USP no link abaixo e navegar no Google Acadêmico à procura de informações ainda mais especializadas. |
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