Site Comtexto Comunicação e Pesquisa
 
 
Quem Somos   |   O que fazemos
 
 
Ano 6 No 67 – Julho 2024
Pensando a Comunicação fora da Caixa
 
Fala, professor!
  Afinal de contas, quem pauta a imprensa? É melhor contar a verdade para os futuros jornalistas

Os estudantes de Jornalismo aprendem nas salas de aula que toda reportagem se inicia com uma pauta, um roteiro básico focado em um tema, com informações mais ou menos detalhadas sobre fontes e focos de cobertura, que são definidos pelos editores dos veículos em função de sua linha editorial.

As reuniões de pauta são “glamurizadas” de tal modo que os futuros profissionais imaginam quem, com elas, estarão diante de editores competentes e experientes, prontos para um debate profícuo que norteará a cobertura da próxima edição. Para os jovens, sempre há uma reunião de pauta, comandada a partir da redação. Na prática, para eles (foi assim que aprenderam), a boa reportagem começa por aí.

Como dizia o poeta, ledo engano. Embora reuniões de pauta existam mesmo, é fácil perceber que, na maioria dos veículos, agora fragmentados em editorias, e, portanto, com tempos de produção diversos, as coisas não são tão óbvias, as discussões são menos amplas do que se poderia imaginar e nem tão charmosas.

 

Leia mais
 
Você Sabia?
 
  A Justiça promete jogar pesado com empresas que usam a IA de forma ilegítima. É isso mesmo!

Não há surpresa alguma: todo mundo já sabia que, pela falta de regulação e a não observância de princípios éticos, a utilização da IA iria acabar criando problemas para os cidadãos brasileiros, assim como se observa em todo o mundo.

As primeiras condenações (ainda bem!) de empresas que têm utilizado, de maneira inadequada e ilegítima, a Inteligência Artificial, já estão acontecendo porque os robozinhos não dão trégua e incomodam os cidadãos o tempo todo.

Reportagem publicada pelo Valor econômico, em 19 de julho último, assinada por Adriana Aguiar, intitulada “Judiciário condena empresas por problemas gerados com uso de inteligência artificial”, traz inúmeros casos de punição praticados pelo Judiciário brasileiro, que, por não existir legislação específica, multa as empresas, baseado, seja no Marco Civil da Internet, seja no Código de Defesa de Consumidor.

Alguns exemplos citados: a Vivo foi condenada a indenizar um consumidor, no valor de 2 mil reais (convenhamos, a multa é ridícula!) porque atazanou a sua vida com mais de 20 ligações num mesmo dia. A plataforma TIK Tok no Brasil também deverá pagar (cabe recurso) um total de 23 milhões por dano moral coletivo aos usuários nela cadastrados porque estava digitalizando o seu rosto, armazenando e compartilhando os seus dados, sem o devido consentimento.

Uma porcentagem significativa dos consumidores, segundo pesquisa mencionada na reportagem, alega que não conseguem identificar em que situação e por quem estão sendo alvo de programas de inteligência artificial e a maioria deles (mais de 60%) confessa que, quando encaminha suas solicitações ou, reclamações para serviços de atendimento que usam robôs para a interação com os clientes o processo se mostra ineficaz e nada é resolvido. A reportagem traz outros casos e a opinião dos especialistas que estão envolvidos no processo de análise e julgamento das ações ilegítimas e vale a pena consulta-la.

É preciso mesmo dar um “chega pra lá” nas empresas que se valem da IA para objetivos ilícitos, para não dizer criminosos. Vamos pegar firme com aquelas que insistem em ludibriar e prejudicar os consumidores?

O link para a reportagem do Valor Econômico segue abaixo, mas o jornal impõe restrições para leitura de quem não é assinante.

Confira a reportagem:
 
Conheça a revista Babel. O jornalismo na ECA/USP continua fazendo história

A revista Babel, órgão laboratorial dos estudantes de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP, sob a responsabilidade do professor Alexandre Barbosa, merece a nossa atenção.

Como todos os órgãos laboratoriais, a publicação tem enfrentado inúmeros desafios, inclusive para manter a sua periodicidade, de tal forma que, ao longo de sua trajetória, o número de edições por ano tem variado. Mesmo assim, ela circulou durante a pandemia e tem prestado contribuição relevante para a formação dos futuros profissionais de imprensa.

Sua última edição, referente ao primeiro semestre de 2024, traz um número significativo de reportagens (22), caracterizadas pela pluralidade temática e pela visão ampliada da nossa realidade, contemplada pelo olhar atento dos nossos estudantes/jornalistas.

Vale a pena dar uma olhada nesta edição e nas anteriores e esperamos que, como nós, .se sinta recompensado pela leitura. O jornalismo brasileiro agradece aos colegas do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da ECA/USP e deseja a todos eles muitas conquistas no futuro. Como aluno da segunda turma do Jornalismo da ECA, tiro o chapéu para a revista Babel. Ela é nossa!

Leia com interesse o artigo do prof. Alexandre Barbosa, intitulado “Revista Babel: integração latino-americana e decolonialismo por meio de revista-laboratório”, que pode ser consultado em: link.

 

Revista Babel:
 
A pós-graduação está mesmo em crise ou é apenas uma instabilidade passageira?

Um número significativo de notícias tem trazido à tona estatísticas que parecem indicar que o interesse por programas de pós-graduação está em queda nas universidades brasileiras. Mas isso será mesmo verdade? Quais são os motivos da redução da procura por mestrados e doutorados? Essa possível crise é passageira ou tem tudo para se aprofundar?

Reportagem publicada na Revista Pesquisa Fapesp, assinada por Fabrício Marques, indica que os dados confirmam a perda de interesse pela pós, e que essa situação teve início durante o período da pandemia, mas ainda permanece, gerando preocupação para a comunidade acadêmica, sobretudo naqueles que, como nós, têm a convicção de que a formação neste nível é fundamental para a produção do conhecimento e o desenvolvimento da pesquisa em nosso país.

O cenário contempla a redução dos titulados nestes programas que, depois de atingir um pico em 2019 (24,4 mil doutores e 70,1 mil mestres em 2019), tem registrado uma redução superior a 10%, mesmo depois da pandemia. Os especialistas apontam alguns motivos para a queda da procura, como o tempo longo necessário para a titulação dos matriculados (2 anos no mestrado e 4 no doutorado), a oferta em declínio de trabalho para os pós-graduados, dentre muitos outros. Há quem garanta que a pós-graduação, com foco maior na formação de docentes, não está em sintonia com a dinâmica do mercado que necessita, mais do que nunca, de profissionais especializados e com determinados conhecimentos e habilidades. Evidentemente, há diferenças em relação às áreas de conhecimento, mas já se sabe que a procura por programas em algumas destas áreas é menor do que as vagas oferecidas.

As universidades paulistas (USP, Unicamp e UNESP) programam ações conjuntas para não apenas confirmar os motivos pelos quais isso acontece, mas para implementar soluções que permitam dar um novo impulso para a pós-graduação.

O pró-reitor de Pesquisa da USP, Rodrigo Calado, como menciona a reportagem, relata algumas mudanças importantes, como a atualização dos currículos “: “de modo a formar doutores com novas habilidades, capazes de explorar outros tipos de emprego, como na indústria, no terceiro setor, no serviço público ou no empreendedorismo”. Segundo ele, “a experiência de um doutor pode ser muito valiosa para mercados de trabalho sofisticados em setores como serviços, hospitais, laboratórios, indústria farmacêutica ou na agroindústria.”

O que ninguém nega é que há necessidade de políticas públicas voltadas para a formação de mestres e doutores, indicador importante da educação em todo o mundo e que tem a ver com o índice de desenvolvimento humano das nações. Não podemos de novo perder o ‘bonde da história”, se quisermos continuar entre as 10 nações mais ricas do planeta e, também, reduzirmos, consideravelmente, as nossas desigualdades.

Saiba Mais:
 
Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação

Conheça o Grupo de Pesquisa JORCOM, da ECA/USP

 

O Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE), da Escola de Comunicações e Artes da USP, tem mais de uma dezena de grupos de pesquisa, sob a responsabilidade de seus docentes, abrangendo linhas de pesquisa bastante diversas.

O JORCOM – O Jornalismo na Comunicação Organizacional, liderado pelo diretor da Comtexto, professor sênior da USP, Wilson da Costa Bueno, é um deles e tem se mostrado ativo, desde a sua fundação, há 5 anos. O JORCOM edita e-books, em forma coletânea e em autoria individual, que estão disponíveis para download gratuito no seu portal: www.jorcom.jor.br. No mês de agosto lançará mais dois e-books, um da série O Jornalismo na Comunicação Organizacional, com artigos de membros do grupo e convidados, e um sobre Jornalismo Ambiental, de autoria do prof. Bueno. Estaremos avisando por aqui quando esses livros já estiverem disponíveis para download.

 

 

Jornalismo Especializado: o novo projeto da Comtexto

 

A Comtexto dedicará especial atenção, neste segundo semestre, a um projeto abrangente de Jornalismo Especializado, que contempla, em particular, o Jornalismo Científico, o Jornalismo Ambiental e o Jornalismo em Saúde. Em parceria com o grupo de pesquisa JORCOM, publicará mais um e-book nesta área sobre Jornalismo Ambiental (já publicou anteriormente e-books sobre Jornalismo Científico e Jornalismo em Saúde) e realizará pesquisa sobre os grupos de pesquisa na área do Jornalismo em Saúde (já concluiu pesquisas sobre os grupos de pesquisa em Jornalismo Científico e Jornalismo Ambiental). Iniciará também a organização de um site sobre Jornalismo Especializado, com lançamento previsto para o ano que vem, que será complementado com outros produtos, um boletim voltado para esta área. O projeto, como todos os que exigem recursos significativos, dependerá, para sua realização, de parcerias e este esforço será empreendido para concretizá-lo. Avisaremos por aqui sobre o andamento do projeto.

 
Clicando e aprendendo
 
  Acesse o Catálogo de Dissertações e Teses e o Portal de Periódicos. O retorno é impressionante!

Se você está interessado em ter acesso a informações relevantes da sua área de conhecimento, deve colocar duas referências em seus favoritos: o Catálogo de Dissertações e Teses e o Portal de Periódicos, da Capes.

O Catálogo reúne informações sobre teses e dissertações defendidas em programas de pós-graduação brasileiras desde 1987 e reúne perto de meio milhão de resumos de trabalhos, constituindo-se em uma ferramenta de busca e consulta valiosa. Os programas de pós-graduação fornecem diretamente à Capes estas informações e respondem pela sua veracidade.

Apenas para fazer um teste, acessamos o Catálogo no dia 21 de julho passado. Ao colocar como palavra-chave “Jornalismo”, retornou com 12. 144 resultados (acha pouco?). Restringimos um pouco mais e colocamos uma nova palavra-chave, agora menos abrangente: “jornalismo científico”, mas ele ainda foi generoso: retornou 484 resultados. Se você trabalha com comunicação organizacional, também não se decepcionará: o uso desta palavra-chave gerou 1.773 resultados.

Para acessar o Catálogo de Dissertações e Teses, use o link.

O Portal de Periódicos da Capes, totalmente financiado pelo Governo Federal, também é muito generoso para aqueles que o utilizam para encontrar material relevante sobre qualquer tema e se constitui em um dos maiores acervos científicos virtuais do Brasil. Como mencionado no portal, “ele reúne e disponibiliza conteúdos produzidos nacionalmente e outros assinados com editoras internacionais a instituições de ensino e pesquisa no Brasil. São mais de 38 mil periódicos com texto completo e 396 bases de dados de conteúdos diversos, como referências, patentes, estatísticas, material audiovisual, normas técnicas, teses, dissertações, livros e obras de referência.”

O Portal, além de reunir e permitir o acesso a material relevante, sobretudo artigos, para a comunidade acadêmica e outros interessados, “tem o objetivo de reduzir as assimetrias regionais no acesso à informação científica, cobrindo todo o território nacional.”

O Portal de Periódicos também foi objeto de nossa consulta, assim como o Catálogo de Dissertações e Teses. Para a palavra-chave “Jornalismo”, ele resgatou 6512 resultados e, para “Jornalismo Científico”, 228. Para o(a)s amigo(a)s da área de Comunicação Organizacional, ele também garantiu bom retorno: 1894 resultados. Incrível! Para todas essas consultas, a rapidez é absurda: ele traz os resultados em menos de um segundo.

Se você não conhecia estes recursos, agora não pode ignorá-los. Mexa o esque e navegue por eles. Vale a pena demais!

 

Portal de Periódicos:
 
Se você mora ou costuma vir a São Paulo, visite o Museu das Culturas Indígenas (MCI)

Muita gente imagina que, para conhecer a realidade da nossa cultura indígena, é preciso ir para o norte brasileiro, em particular para a Amazônia, mas é importante esclarecer que é possível tomar contato com ela mesmo estando na capital mais cosmopolita do país.

Se ainda não conhece, aí está uma chance para quem mora ou costuma passar pela capital paulista. Basta visitar o Museu das Culturas Indígenas (MCI), inaugurado em 2022, e que oferece um número significativo de recursos e de atividades que nos colocam diante da cultura dos povos indígenas, patrimônio valioso da nossa terra.

O Museu é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo, que conta com a parceria da ACAM Portinari e do Instituto Maracá, e que, conforme explicado em seu portal, “desenvolve uma proposta inovadora de gestão compartilhada com protagonismo do Conselho Indígena Aty Mirim, composto por lideranças de diversos povos indígenas do Estado de São Paulo.” O texto explicativo complementa: “O MCI é uma conquista dos povos indígenas, um espaço de diálogo intercultural entre povos indígenas e não indígenas, onde a memória da ancestralidade permite, aos diversos povos originários, compartilhar suas ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes, memórias e histórias. Por meio da arte e da cultura, o Museu das Culturas Indígenas demarca a presença indígena na paisagem cultural do Estado de São Paulo e do Brasil.”

Recentemente, o Museu incorporou uma nova ferramenta para favorecer a interação e o conhecimento com a cultura indígena: o Mapa Interativo Povos e Terras Indígenas no Brasil.

Ele apresenta informações sobre os povos e as terras indígenas do Brasil e é “resultado de um movimento iniciado na década de 1980, quando os antropólogos Beto Ricardo e Fany Ricardo passaram a reunir informações sobre os povos e as Terras Indígenas no Brasil a partir da construção de uma extensa rede de colaboradores com o objetivo de colocar os indígenas definitivamente no mapa.”

Se quiser ter acesso a informações sobre o Museu de forma virtual, acesse o portal (clique no link abaixo), assista ao vídeo institucional pelo YouTube, acesse o podcast Tavas, cujos episódios abordam a vivência dos povos indígenas e assine a newsletter do Museu, diretamente pelo portal. Os nossos indígenas, irmãos de todos nós, agradecem o seu interesse em conhecê-los melhor.

 

Museu Das Culturas Indígenas:
 
Jornalismo: reflexão e inflexão, novo lançamento em acesso aberto da UFSC. Boa leitura para você

Os professores, pesquisadores, profissionais e estudantes de Jornalismo, além de comunicadores em geral, acabam de ser recompensados pelo lançamento do livro “Jornalismo: reflexão e inflexão”, publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ele está disponível, gratuitamente, para download no espaço denominado “E-book – acesso livre” do portal da Editora, cujo link se encontra ao final desta notícia. Os interessados devem aproveitar a visita a este espaço para consultar outras obras, também de qualidade, comumente editadas pela UFSC, que estão vinculadas a outras áreas do conhecimento.

A obra tem como organizadores Rogério Christofoletti e Terezinha Silva, ambos professores do Depto de Jornalismo e do Programa de Pós-graduação em Jornalismo da UFSC, e reúne 13 capítulos, com a participação de mais de 20 autores do Brasil e do exterior.

Na apresentação do livro, estão explicitados os seus objetivos que consiste em superar a tradicional dicotomia entre teoria e prática, considerando as “atividades de reportar, informar, instruir e formar como tarefas complexas, mutantes e aceleradas que precisam ser observadas para além das convenientes gavetas da “teoria” e da “prática”, já que elas são insuficientes para comportar o jornalismo. Segundo os organizadores, a proposta que oferecem é “uma leitura que enfatiza revisar bases e procedimentos, e identificar potencialidades e limitações de posturas e fazeres jornalísticos”. Com isso, eles complementam, assim a reflexão alcança a teoria e prática, e também ambas propiciam enxergam pontos de inflexão que ajudam o jornalismo se reposicionar em tempos tão desafiadores como estes que vivemos”.

Uma leitura, como se pode ver, que desafia, provoca e não se acomoda às propostas tradicionais que, muitas vezes, repetem conceitos e práticas. Como reforçam os autores, ao final da apresentação, “esperamos que este livro provoque, inquiete e desestabilize, que inspire, anime e desacomode certezas.”

Os leitores, certamente, estarão diante deste incômodo e não há dúvida de que, após a leitura, estarão mais dispostos e capacitados a descartar soluções simples que contemplam as teorias e as práticas do jornalismo.

 

Download do Livro:
 
 
Expediente
 

Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno 
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br

As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada.
 
Curta nossa Fanpage   Siga-nos no Instagram   Siga-nos no Twitter   Veja nosso canal no Youtube
 
 
© 2024, Comtexto - Comunicação e Pesquisa. Todos os direitos reservados
 
 
Desenvolvimento e envio por AMS Public - Sites e Sistemas para Internet