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Ano 6 No 68 – Agosto 2024
Pensando a Comunicação fora da Caixa
 
Fala, professor!
  A pesquisa em ciências humanas não pode ser vista como a “gata borralheira” da ciência!

As reivindicações vêm de longa data e, certamente, não estamos constatando uma novidade: as Humanidades são objeto de preconceitos, desconfianças e desrespeito por parte de um conjunto significativo de pesquisadores e órgãos de financiamento em C&T&I. Para eles, não há dúvida: elas ocupam um patamar inferior no universo da ciência.

Muitos “estudiosos” justificam esta condição, argumentando que as métricas ou indicadores de avaliação que contemplam essa área são pouco precisas, que as teorias que as fundamentam são frágeis e que, em boa parte dos casos, sua contribuição para o conhecimento científico é discutível. As Humanidades, segundo este grupo, certamente equivocado, não passam de narrativas vazias, não consistentes, que alimentam interpretações não comprovadas e a difusão de ideologias.

A esses argumentos se somam outros mais contundentes, como o de que a pesquisa em ciências humanas não tem impacto científico internacional e não se traduz em soluções para problemas concretos.

 

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Você Sabia?
 
  Violência on-line ameaça os jornalistas e merece um basta!

Os jornalistas, sobretudo os investigativos, que costumam denunciar e pedir punição para desvios éticos, o abuso de poder, as várias formas de assédio e ouso inadequado de recursos públicos, sentem na pele, como de resto outros profissionais e cidadãos comuns, a mão pesada dos predadores que apelam para a violência on-line.

Relatório publicado pela Abraji- Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, intitulado “Violência on-line: a internet como arena de ataques contra jornalistas”, detalha estas ameaças e suas terríveis consequências para o trabalho dos profissionais de imprensa.

Os projetos da Abraji – Monitoramento de ataques a jornalistas e Violência de gênero contra jornalistas – com dados relativos a 2023, trazem dados contundentes: embora, no primeiro caso, tenha havido uma redução no ano passado em relação aos dois anos anteriores, os alertas relativos a estas ameaças são ainda significativos. O sumário executivo do relatório referente ao primeiro projeto esclarece que estas ameaças via internet “podem ser agressões verbais, como os discursos estigmatizantes que se dão pelas redes sociais” (...), “mas também podem ocorrer na forma de restrições que se fazem pelo uso da tecnologia, como ataques DDos, em que uma página sai do ar pelo número alto de acessos provenientes de diferentes fontes – hackeamentos ou phishing”.

No caso da violência de gênero, os alertas explícitos com origem na web, chegaram em 2023 a 65,3% do total. Tais dados reforçam que “a violência misógina, homofóbica, transfóbica ou que alguma forma se vale de um ataque à identidade de gênero e à sexualidade, encontra no ambiente digital um meio propício a sua disseminação”.

O relatório, que deve ser lido na íntegra e com atenção, detalha estas informações, faz uma análise cuidadosa e crítica da violência on-line contra jornalistas. Incorpora também dicas para impedir ou minimizar estas ameaças e recomenda que os profissionais atingidos denunciem o fato e procurem apoio junto a organizações da sociedade civil, como a Abraji, que atua exemplarmente para tornar pública estas agressões e pedir punição aos infratores.

Leia o Relatório da Abraji:
 
Desastres ambientais e interesses desastrosos

O canal “Ambiente é o Meio”, da USP, traz para debate um tema atual e relevante que merece a nossa atenção. Ele analisa e aponta os desvios e compromissos não republicanos de representantes do poder Legislativo e Executivo que têm contribuído para provocar e aumentar o impacto de desastres ambientais. O canal traz uma entrevista esclarecedora com a pesquisadora Juliana Neves Barros, docente da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, que integra o Coletivo de Pesquisa Desigualdade Social, economia e política.

Baseada no relatório intitulado “Capitalismo Extrativista e Estado de Intimidação”, ela apresenta as principais conclusões de um estudo realizado para identificar e denunciar ações nefastas desenvolvidas no período de 2019-2022 pelo Executivo e Legislativo brasileiros e que culminaram com o desmonte do processo de proteção e fiscalização ambiental. Ela se vale dos conceitos de neoextrativismo e de capitalismo parlamentar para subsidiar a análise e as conclusões deste estudo. O relatório pode ser baixado em: link

“Ambiente é o meio” é produzido e apresentado pelos professores Marcelo Marini Pereira de Souza e José Marcelino de Resende Pinto, da Faculdade de Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto.

 

Veja e Ouça a Entrevista:
 
A Academia enfrenta a IA. A resposta tem que ser rápida

O impacto da IA na educação era esperado, antevia aspectos positivos e negativos da aplicação destas ferramentas nesta atividade, mas o mundo acadêmico talvez não imaginasse que os problemas viriam tão cedo e com tanta intensidade. A realidade evidencia a urgência em regular estas aplicações para garantir a prevalência da integridade e a obediência aos princípios éticos.

Reportagem publicada pelo Jornal da USP, enumera as preocupações das universidades brasileiras com o uso indevido da IA generativa na educação e descreve providências que já têm sido tomadas para impedir que ela tumultue o ambiente acadêmico. Algumas instituições, como o centro universitário Senai Cimatec, na Bahia, e a Universidade Federal de Minas Gerais, para só citar dois casos, já elaboraram diretrizes para orientar estas aplicações, embora, o que julgamos adequado, não demonizam a IA, mas alertam para os seus riscos, quando acionada por interesses escusos.

Questões vinculadas aos direitos autorais, que devem ser preservados, verificação humana sobre a qualidade e a veracidade do material levantado por intermédio de ferramentas de IA e a necessidade de transparência. Quem usa IA para produzir artigos, teses, relatórios, dentre outras publicações, deve informar esta condição. Devemos lembrar que a IA pode gerar “alucinações”, ou seja, informações falsas e que, ao longo do tempo, o material gerado por IA retorna aos bancos de dados e informações existentes e podem provocar o incremento da desinformação. Há estudiosos que apostam que, num futuro bem próximo, a IA vai se sufocar nos resultados que ela própria gera e se acumulam nos bancos de dados.

A reportam de Sarah Schmidt merece ser lida com atenção e certamente inspirará acalorados e produtivos debates. A IA não é brincadeira e o seu impacto pode gerar problemas muito sérios.

 

Leia a Reportagem:
 
Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação

Política de Comunicação: a importância do primeiro passo

 

Inúmeros gestores de comunicação, das áreas pública e privada, têm nos procurado com alguma frequência, manifestando o interesse em elaborar, para sua organização, uma Politica de Comunicação. Eles pretendem repetir a trajetória já empreendida principalmente por institutos federais e universidades públicas em nosso país. Nesse contato com a Comtexto, a pergunta recorrente e decisiva é: como dar o primeiro passo? Nossa resposta é direta e simples: organização deve estar convicta da importância deste processo estratégico, e disposta a iniciá-lo, buscando encontrar parceiros, internos e externos, que favoreçam asua elaboração e aplicação.

Tomar contato com experiência daqueles que já venceram esse desafio, e que, em sua grande maioria, estão recompensados por isso, representa uma boa iniciativa. Além disso, pode ser interessante conversar também com as parceiras externas para obter informações básicas sobre o processo de construção de uma Política de Comunicação: tempo de execução, recursos necessários e metodologia/dinâmica a ser implementada. Se sua empresa ou organização estiver interessada em obter informações a este respeito, estamos à sua disposição. Já fomos parceiros de cerca de uma dezena e meia de instituições que construíram a sua Política de Comunicação e podemos ajudá-la a dar este passo. Contate-nos pelo WhatsApp (11) 95340-6948 ou por e-mail, diretamente com o nosso diretor, jornalista e professor sênior da ECA/USP, Wilson da Costa Bueno. Quem sabe até podemos caminhar juntos! Seria uma honra para nós. Não custa nada tentar!

 

 

A Comtexto e o JORCOM programam novos e-books

 

A Comtexto Comunicação e Pesquisa, em parceria com o grupo de pesquisa JORCOM, da ECA/USP, já tem programado três novos e-books na área de Comunicação Organizacional e Jornalismo Especializado, que vão se somar a quase uma dezena deles, já editados.

Em 2025, será publicado mais um e-book da série “O Jornalismo na Comunicação Organizacional, um outro sobre “Jornalismo Especializado”, e um outro, essencialmente provocativo, denominado “Tirando a comunicação da zona de conforto: provocações acadêmicas”. Os dois primeiros terão como autores os pesquisadores do grupo e convidados e o último estará sob a responsabilidade do líder do grupo, prof. Wilson Bueno. Ele e constará de textos que têm como objetivo “incomodar os acomodados”. Ele reunirá sobretudo dezenas de artigos publicados pelo autor no LinkedIn, em portais, além de textos inéditos com a mesma intenção. Por aqui, daremos, oportunamente, mais detalhes sobre estas novas publicações. Se quiser baixar gratuitamente os e-books já editados, acesso o portal do JORCOM: www.jorcom.jor.br

 
Clicando e aprendendo
 
  A USP explicita sua visão, missão e valores, além de ampliar e consolidar sua comunicação

A Universidade de São Paulo, comemorando os seus 90 anos, deu um importante passo à frente ao explicitar oficialmente, em resolução aprovada pelo Conselho Universitário, de 20 de agosto último, a sua missão, sua visão e seus valores, bem com os seus objetivos estratégicos e metas até o final de 2025. Mas a USP fez ainda muito mais: ela anunciou a formação de quatro comitês que integram o programa IntegraCom, para estudar “a elaboração de diretrizes em áreas estratégicas para a comunicação da Universidade: boas práticas nas redes sociais, indicadores de desempenho, cerimonial e promoção de eventos universitários e manual de comunicação.”.

O IntegraCom vincula-se à Superintendência de Comunicação Social (SCS) da universidade, que implementou esta iniciativa em 2022, visando integrar os profissionais (quase 100) que atuam na área de comunicação das suas unidades. Os comitês contam com a participação de representantes de todos os campi da USP, além de servidores técnicos e administrativos da universidade.

Segundo Eugênio Bucci, superintendente da SCS, “O IntegraCom é um programa que já se estabeleceu na estrutura de comunicação e administrativa da Universidade. Ao fomentar a integração entre as equipes e os profissionais que atuam na USP, o programa promove o fortalecimento das nossas ações de comunicação com a sociedade, estreitando cada vez mais esse relacionamento. Esse trabalho vem avançando a passos largos e nos permitirá, com o avanço dos trabalhos dos comitês, definir diretrizes e parâmetros que servirão de norte para áreas basilares da comunicação nos dias de hoje.”

 

Visão, missão e valores da USP

Seguem abaixo a missão, a visão e os valores da USP:
“É Missão da Universidade de São Paulo: “Formar profissionais líderes e cidadãos conscientes de seu papel social. Produzir, transmitir e aplicar o saber e a ciência em benefício da sociedade, por meio de ensino, pesquisa, inovação, extensão, cultura, arte e difusão do conhecimento”.

“É Visão da Universidade de São Paulo: “Ser reconhecida nacional e internacionalmente por sua liderança e qualidade na formação de profissionais, pesquisa, impacto no desenvolvimento social, inovação, cultura, arte, diversidade, meio ambiente e sustentabilidade”.

“São Valores da Universidade de São Paulo: “Guiar-se pela excelência acadêmica, respeito aos direitos humanos e compromisso com a democracia. Na qualidade de instituição pública, orienta-se pela autonomia universitária, ética, equidade, diversidade, colaboração interinstitucional, sustentabilidade e responsabilidade social”.

 

Saiba mais: Em seus 90 anos...
 
Saiba mais: Comitês definirão...
 
Webmii: sistema de busca para encontrarpessoas e suas atividades na Web

Quantas vezes, por inúmeros motivos, não tivemos interesse ou necessidade de encontrar informações mais detalhadas sobre uma determinada pessoa. Em muitos casos, lançamos mão dos tradicionais sistemas de busca, como o Google, para essa varredura, mas também podemos contar com uma outra ferramenta que realiza especificamente este trabalho.

Trata-se do Webimii, um buscador que resgata informações e generoso material (artigos, vídeos, posts nas mídias sociais) sobre quaisquer pessoas, desde que estejam disponíveis na web.

A sua utilização é fácil e gratuita. Basta colocar o nome da pessoa desejada na plataforma do Webmii e ela, instantaneamente, carrega as informações.

O importante é que uma pessoa qualquer não consegue evitar que o material a seu respeito seja carregado, logo, como se costuma dizer, ninguém tem “imunidade” na ferramenta e as informações a seu respeito são democraticamente acessíveis.

Além das informações, o Webmii elaborar um ranking, um indicador ou score, que indica o grau de visibilidade que uma pessoa tem na web. Ele tem sido utilizado também por quem deseja descobrir se há perfis falsos em seu nome na internet ou sobre pessoas com o mesmo nome (os homônimos), porque a plataforma, em geral, varre tudo.

Os especialistas garantem que o Webmii é seguro porque não solicita, de quem o utiliza, quaisquer dados, e funciona de maneira muito simples: basta acessar a plataforma e colocar o nome da pessoa desejado no campo de busca.

Você encontrará outras notícias sobre o Webmii no Google, bem como de outros buscadores que são seus concorrentes, inclusive o próprio Google, e o Bing, dentre outros.

 

 
Clique no Webmii:
 
Conheça o Observatório do Terceiro Setor

As organizações do Terceiro Setor (as ONGS) desempenham um papel fundamental na sociedade brasileira e são reconhecidas, também, pela competência da sua comunicação, caracterizada pela capilaridade e pela identificação com causas relevantes, como meio ambiente, direitos humanos, gênero, luta contra vários tipos de preconceito (raça, orientação sexual, credo), dentre muitas outras.

É importante acompanhar as entidades que representam o Terceiro Setor e os seus canais de comunicação, responsáveis por publicizar suas atividades, tornando-as conhecidas pelos cidadãos e pelas autoridades responsáveis por implementar políticas públicas.

Destacamos aqui o Observatório do Terceiro Setor, que consiste em “uma agência de conteúdo multimídia com foco nas temáticas sociais e nos direitos humanos e que congrega plataformas de rádio e digitais para divulgar as boas práticas das organizações da sociedade civil”. Como destaca o portal do Observatório, ele “tem como missão editorial dar voz aos assuntos do universo social – seja nas áreas da educação, saúde, direitos humanos, cultura, meio ambiente, entre outras – que estão fora da pauta da imprensa tradicional. Mostrar os problemas, desafios, lacunas e soluções que podem ser replicadas e ganhar escala.” Recentemente, ele criou um novo canal, “Voz das ONGs”, que visa “amplificar todas as vozes do terceiro setor, garantindo visibilidade e inclusão. Qualquer ONG pode se inscrever e compartilhar seu conteúdo, promovendo um impacto positivo e democrático.”

Prestigie as organizações do Terceiro Setor. A cidadania brasileira agradece.

 

Acesse o Observatório:
 
 
Expediente
 

Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno 
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br

As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada.
 
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