Ano 6 No 69 – Setembro 2024
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Fala, professor! |
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Médicos e empresas irresponsáveis ameaçam nossa
saúde. Será que o CFM vai mesmo dar um jeito neles? |
A saúde dos cidadãos brasileiros tem sido ameaçada, nos últimos anos, não apenas pelos motivos habituais (doenças seculares, como as respiratórias, cardiovasculares, o câncer, em suas diversas modalidades, e assim por diante), mas por epidemias globais e o impacto significativo das mudanças climáticas.
Boa parte da população minimiza, no entanto, outros riscos, também sérios, que estão presentes no nosso cotidiano e que afrontam a nossa saúde, como a poluição do ar, do solo, da água, o uso abusivo de dispositivos eletrônicos, sobretudo pelas crianças, as doenças mentais, derivadas da sobrecarga de trabalho e pressão das chefias, para não falar dos casos recorrentes de assédio sexual. Parte expressiva da sociedade ignora um inimigo também assustador: o impacto negativo da indústria da saúde e da alimentação nas nossas vidas.
De há muito, especialistas de renome, e jornalistas comprometidos com a saúde dos cidadãos, têm denunciado abusos das farmacêuticas, de fabricantes de insumos e de equipamentos, inúmeros desvios éticos das farmácias, que praticam a empurroterapia, a ganância irresponsável das empresas que produzem e fazem propaganda enganosa sobre os ultraprocessados e por aí vai.
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Você Sabia? |
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De novo, os ultraprocessados: livro escancara os riscos destes produtos |
Informações divulgadas pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, que acabam de vir a público, comprovam que um quarto da dieta das crianças menores de 5 anos é preenchido por alimentos ultraprocessados. O quadro é aterrador, se considerarmos o dano causado por este tipo de alimentação para a saúde de todos nós, sobretudos das nossas crianças.
Há provas e mais provas de que o consumo de ultraprocessados, que incluem uma vasta gama de produtos não naturais e que incorporam aditivos químicos completamente danosos à nossa saúde, pode causar obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, dentre outras enfermidades.
Se você quiser se aprofundar nesta questão, vai encontrar facilmente nos sistemas de busca informações de arrepiar sobre os prejuízos causados pelos ultraprocessados. Poderá também consultar um livro recente, publicado no Brasil pela Editora Elefante, intitulado “Gente ultraprocessada: porque comemos coisas que não são comida, e por que não conseguimos parar de comê-las”, de Chris van Tulleken. O autor é infectologista no Hospital de Doenças Tropicais em Londres, formado em Oxford, com doutorado em virologia molecular pela University College London, onde é professor associado.
Para comprovar na prática o efeito desses produtos, Chris van Tulleken aumentou, durante um período de um mês, para 80% o consumo de ultraprocessados em sua dieta (era em média 30%, como talvez seja para a maioria dos cidadãos em todo o mundo).
O que aconteceu com ele, em função dessa mudança nada saudável? Vamos dar apenas um spoiler por aqui e convidar você a ler o livro, se ficou interessado(a).
Ele ganhou quase sete quilos em quatro semanas, viu piorar a qualidade do seu sono, experimentou sentimentos de infelicidade, ansiedade, lentidão e baixa libido e só melhorou quando parou com essa dieta maluca. E aconteceu uma coisa terrível, devidamente comprovada, que está relatada no livro e no material de divulgação da Editora Elefante: “Exames da atividade cerebral mostraram que as áreas do cérebro de Chris responsáveis pela recompensa se ligaram às áreas que impulsionam o comportamento repetitivo e automático. “Comer alimentos ultraprocessados tornou-se algo que meu cérebro simplesmente me manda fazer, sem que eu sequer queira.”
Cuidado, muito cuidado, em particular com o que você anda dando ou permitindo que os seus filhos e netos continuem consumindo. Alimentos ultraprocessados são um veneno, travestido de bolachas recheadas, farinhas, refrigerantes e tudo mais. Está na hora de dar um upgrade na sua saúde e na da sua família! |
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A divulgação científica está no rumo certo? Siga a série de artigos do The Conversation. |
Para comemorar o seu primeiro ano de vida, o The Conversation Brasil começou a publicar uma série de artigos sobre os rumos da divulgação científica, com o objetivo de evidenciar a importância da ciência para o combate à onda de negacionismo e desinformação que assola o mundo inteiro.
O primeiro artigo da série, de autoria dos professores Alicia Kowaltowski, da USP, e Leandro Tessler, da Unicamp, aborda uma questão que se coloca como fundamental nos dias de hoje: os custos proibitivos que publicações de prestígio impõem aos pesquisadores que desejam divulgar os seus estudos e pesquisas.
Alguns tópicos relevantes que constam deste artigo merecem destaque. O número de periódicos científicos é incrível: algo em torno de 100 mil, que publicam mais de 3 milhões de artigos. Os articulistas acreditam que seria melhor concentrar na qualidade do que na quantidade de publicações. Além disso, o acesso às publicações está cada vez mais difícil porque elas custam caro, mesmo com a transição do impresso para o digital, configurando um grande negócio que movimenta o mundo do conhecimento. Os lucros das editoras privadas e das sociedades científicas com as vendas das revistas são enormes e os autores, que produzem os conteúdos, e os revisores, que avaliam os trabalhos para publicação, também pesquisadores, não ganham nada por isso.
O que fazer então? Qual é a saída? Empreender iniciativas que permitam baratear os custos, fortalecer a chamada ciência aberta, facilitando o acesso às publicações e contar com o apoio dos governos comprometidos com a democratização do conhecimento científico.
Aplaudimos a iniciativa do The Conversation que se define como “uma plataforma única de colaboração entre acadêmicos e jornalistas”. Convidamos todos o(a)s colegas que, como nós, acreditam na importância da produção e da circulação do conhecimento científico a somar esforços em prol do incremento da divulgação científica de qualidade.
O The Conversation, depois deste primeiro artigo, já tem novas contribuições e continuará assim, esperamos, por muito tempo. Veja, por exemplo, o artigo das pesquisadoras Sabine Righetti, Ana Paula Morales e Natália Flores, fundadoras da valiosa Agência Bori que destacam a importância da divulgação científica como instrumento poderoso de combate à desinformação.
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Assessoria de imprensa? Só isso? Você não acha que essa expressão ficou imprópria ou desatualizada? |
A expressão “assessoria de imprensa” incomoda-nos, por alguns motivos, já faz algum tempo, porque chegamos à conclusão de que ela, atualmente, não se mostra adequada para caracterizar a atividade e o profissional, que exerce esta função, cada vez mais importante na sociedade da informação.
No passado, talvez fosse razoável imaginar que o profissional que promove a interação do seu cliente, da empresa na qual trabalha, com os veículos de comunicação, se limitasse a fazer apenas esta mediação com o objetivo de dar visibilidade àquilo que era interesse da empresa.
Os jornalistas de redação contatavam a assessoria de imprensa (ou o assessor) com o objetivo de ter acesso a fontes que davam entrevistas sobre muitos assuntos, todos eles de interesse direto da empresa. Os profissionais de imprensa eram estimulados pelo recebimento de releases, comunicados de imprensa, instrumentos que, pouco a pouco, passaram a ser chamados de pré-pautas.
Na prática, isso nunca foi exatamente assim, sobretudo para determinadas empresas ou organizações. Nos centros produtores de conhecimento (universidades ou institutos de pesquisa), por exemplo, as fontes da casa não falam sobre assuntos de interesse da empresa onde trabalham, mas participam, na imprensa, de debate sobre temas relevantes em várias áreas (saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia em geral, dentre muitos outros), muitas vezes em função de seus próprios trabalhos (estudos e pesquisas).
O assessor de imprensa deixou de emitir apenas releases ou contatar a imprensa (ou ser por ela contatado), e exerce, cada vez mais, múltiplos papéis, também relevantes no mix de comunicação. Ele contribui para promover eventos de interesse dos jornalistas e das redações (e mesmo dos estudantes que vão entrar no mercado de trabalho jornalístico), edita publicações, faz a gestão de material informativo nas mídias sociais, empenha-se em capacitar as fontes internas para o relacionamento com a mídia e muita coisa mais.
Considerar este profissional apenas como assessor é, a nosso ver, ignorar a sua condição atual de verdadeiro protagonista, gestor de informação e de relacionamentos, portanto um personagem fundamental para a interação da organização com os públicos estratégicos e a sociedade.
Vale a pena refletir sobre esta nova situação. Se fizermos isso, talvez cheguemos mesmo à conclusão de que o assessor de imprensa deixou de ser um mero assessor. A organização na qual trabalha, os veículos jornalísticos e a sociedade ganharam muito com esta mudança. O assessor virou protagonista e ponto final e, neste sentido, o termo assessor ficou desatualizado. Você concorda com isso?
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Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação |
Grupos de pesquisa em Jornalismo Especializado: estudos pioneiros do JORCOM e da Comtexto
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O Grupo de Pesquisa JORCOM e a Comtexto Comunicação e Pesquisa, ambos liderados pelo jornalista e professor Wilson da Costa Bueno, estabeleceram parceria para a divulgação de um importante levantamento sobre grupos de pesquisa na área de Jornalismo Especializado (Jornalismo Ambiental, Jornalismo Científico e Jornalismo em Saúde) cadastrados no Diretório dos Grupos do CNPq. Essas pesquisas representam subsídios relevantes para um projeto pioneiro nessa área e que promete deslanchar em 2025, com o apoio de parceiros da área pública e privada. Estaremos por aqui divulgando novidades a respeito e os resultados destas pesquisas serão encaminhados para revistas de prestígio na área de comunicação. Democratizar o conhecimento científico é um dos objetivos da Comtexto Comunicação e Pesquisa.
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E-books gratuitos de Jornalismo Especializado atraem o interesse de pesquisadores e jornalistas
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A publicação pelo grupo de pesquisa JORCOM, da ECA/USP, de e-books sobre Jornalismo Científico, Jornalismo Ambiental e Jornalismo em Saúde tem merecido o reconhecimento por parte de pesquisadores, docentes, jornalistas e comunicadores em geral.
Temos conseguido avaliar esta condição pelo número de downloads dessas publicações que estão disponíveis no portal do grupo JORCOM: www.jorcom.jor.br
Se você se interessa por estes temas, dê uma passadinha por lá. Agradecemos, antecipadamente a sua visita. Pode crer, os e-books merecem a sua leitura.
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Clicando e aprendendo |
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Os podcasts estão a todo vapor. Mas é importante separar o joio do trigo |
É sempre assim na área de comunicação. Quando surge uma tecnologia disruptiva, como a AI, uma nova plataforma digital, como aconteceu com o TikTok e tantas outras, um novo recurso para implementar ações e estratégias de comunicação, como os blogs e o podcasts, a adesão é rápida e intensa.
Estamos assistindo agora, cada vez mais, o lançamento de podcasts que pipocam de todo o lado e, convenhamos, isso pode ser bom. Mas, como sempre há um “mas”, é preciso ficar atento porque nem tudo que está no mercado presta uma efetiva contribuição para a área.
Resumindo, no caso dos podcasts: temos muitos realmente importantes, mas há também aqueles que “pegam a onda”, mas não cumprem o que prometem.
Nosso objetivo aqui é priorizar iniciativas que estão consolidadas e que já provaram o seu valor e por isso decidimos, nesta edição, destacar o conjunto de podcasts do Jornal da USP que tratam de temas diversos e que se caracterizam por sua atualidade e relevância.
Indicamos 4 deles, dentre muitos outros, que podem ser acessados no portal do Jornal da USP. São eles:
1) Ciência USP: podcast que apresenta descobertas, debates e novidades do mundo da ciência;
2) Momento Cidade; podcast voltado para a cobertura de problemas, avanços e soluções relacionados com a capital paulista e que traz, quinzenalmente, entrevistas com especialistas que analisam e dão soluções para os desafios enfrentados pela nossa megalópole.
3) Momento tecnologia: podcast que apresenta novas tecnologias desenvolvidas pela USP e que podem, ou já estão sendo aplicadas, na solução de problemas que dizem respeito a vários segmentos da sociedade.
4) USP Especiais: podcast que aborda temas diversos no campo da cultura, tratados em profundidade e a partir de seus sons. “Entrevistas, documentários, reportagens, séries e ficções, estão presentes para abordar assuntos das artes e contextos históricos, movimentos culturais e trajetórias de vida como parte da cultura.”
A USP, como um todo, tem dezenas de podcasts, sob a responsabilidade de especialistas em diversas áreas e vale a pena acessar todos eles.
Em edições futuras, apresentaremos muitos outros que merecem ser acompanhados com bastante interesse.
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Acompanhe o valioso trabalho da RNCD, Rede Nacional de Combate à Desinformação |
A RNCD constitui uma iniciativa pioneira em nosso país, que tem como objetivo “interligar projetos e instituições de diversas naturezas que trabalham e contribuem de alguma forma para combater o mercado da desinformação que floresce em nosso Brasil.” Ela reúne um conjunto formidável de organizações, entidades, coletivos, bem como projetos desenvolvidos nas nossas universidades, redes de comunicação, veículos, projetos sociais, observatórios, projetos de fact-checking e muitas outras instâncias comprometidas com a qualidade e a veracidade das informações.
Ela realiza eventos e, também, participa e divulga eventos realizados por terceiros, contribui para desmascarar informações (notícias, postagens) falsas, denuncia fraudes e mobiliza grupos representativos da sociedade.
A RNCD busca, de forma competente e democrática, “unir esforços, praticar a sinergia, potencializar a visibilidade do trabalho realizado em cada projeto e criar uma onda contrária ao movimento da desinformação” e, para tanto, convida aqueles que se identificam com o seu objetivo a se juntar a ela.
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O Observatório do Clima e Saúde: compromisso com a ciência e a cidadania |
Em tempo de mudanças climáticas, com a emergência de eventos extremos (enchentes, queimadas) que provocam danos patrimoniais e à saúde, é fundamental conhecer projetos, equipes e iniciativas que visam medir o impacto destas ocorrências e, sobretudo, que estimulem o desenvolvimento de políticas públicas eficazes para o seu enfrentamento.
Neste sentido, é imperioso citar o exemplo do Observatório do Clima e Saúde, que tem como protagonistas, em sua constituição, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além da parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Ele tem como missão reunir e compartilhar informações, tecnologias e conhecimentos voltados para o desenvolvimento de redes de pesquisadores e estudos que avaliem os impactos das mudanças ambientais e climáticas na saúde da população brasileira. Também busca fornecer contribuições relacionadas à interação clima-saúde que orientem o serviço e o planejamento de políticas públicas nessa área.”
Podemos destacar, dentre as múltiplas atividades desenvolvidas pelo Observatório, “estudos para a identificação dos padrões climáticos e seus efeitos sobre a saúde que compreende temas prioritários, como: a) O impacto de ondas de calor, inundações e secas sobre a saúde; b) A expansão das áreas de transmissão de doenças transmitidas por vetores; c) A crise da água e o aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica; d) A potencialização do efeito da poluição atmosférica sobre as doenças respiratórias.
Ao acessar o portal do Observatório, os interessados encontrarão notícias, tabelas, gráficos e mapas interativos, publicações, vídeos e imagens, bem como informações qualificadas de como se comportam as principais doenças relacionadas à poluição atmosférica (tema Ar);
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Expediente |
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Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br
As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada. |
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