No 71 – Novembro/Dezembro 2024
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Fala, professor! |
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Comunicação pública e divulgação científica: as universidades frente aos novos desafios |
As universidades públicas têm prestado contribuição importante para a divulgação de informações, resultados de pesquisas e projetos de investigação em ciência, tecnologia e inovação.
Apesar das dificuldades inerentes à crise econômica que atravessamos, sobretudo durante o auge da epidemia da Covid-19, e da falta de consciência de governantes que dialogam com o negacionismo, as universidades, como os demais centros produtores de conhecimento (institutos e empresas de pesquisa, institutos federais), têm buscado soluções para reafirmar o seu comprometimento com a popularização da ciência.
As estruturas de comunicação das nossas universidades públicas têm se fortalecido, ainda que em ritmo menor do que seria ideal, e seus gestores principais, gradativamente, se despertam para a importância do processo de interação com a sociedade.
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Você Sabia? |
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O greenwashing como estratégia de manipulação: estudo revela que ele continua ativo como nunca |
A crescente mobilização da opinião pública tem exigido das empresas atenção especial com respeito à obediência de determinados valores e princípios, envolvendo questões como a sustentabilidade, a responsabilidade social, o respeito aos direitos humanos e a promoção da diversidade, em todos os seus níveis (raça, credo, gênero, idade, dentre outros).
O chamado marketing verde (greenwashing) representa uma prática condenável porque busca ludibriar a vigilância da opinião pública pela divulgação de ações, campanhas ou projetos que permanecem apenas no discurso, com a intenção explícita de “vender uma imagem e uma reputação” que estão distantes da sua prática.
Pesquisa realizada pela Market Analysis, cujos dados foram divulgados em reportagem, assinada por Amália Safatle e publicado pela revista Página 22, é ilustrativa a este respeito.
Ela evidencia a permanência de “altíssimas taxas de greenwashing na última década” e, de forma contundente, registra que as alegações ambientais presentes nos produtos, sobretudo no setor de limpeza, têm crescido de forma alarmante. Segundo a reportagem, em 2024, “oito em cada dez produtos fazem alegações ambientais que não se sustentam.” A reportagem esclarece: “Em busca de se beneficiar da tendência de consumo de produtos mais ecologicamente corretos, algumas marcas colocam mais de uma alegação ambiental em um mesmo produto. Nos 2.098 produtos analisados, foram encontrados 4.509 apelos de cunho ambiental. Na tentativa de agregar diferentes estratégias de marketing em uma mesma embalagem para atrair o olhar do(a) consumidor(a) consciente, 50% dos produtos acabam cometendo dois ou mais tipos de greenwashing ao mesmo tempo. A média, em 2024, foi de 2,1 alegações ambientais por produto, aumento expressivo em comparação à média de 1,3 de 2014.”
O(a)s interessado(a)s nesta temática encontrarão dados e informações relevantes sobre esta prática acessando a matéria publicada pela Página 22, o que lhes permitirá reunir elementos para qualificar este debate. Ela incorpora, inclusive, dicas importantes que permitem identificar os 7 pecados do marketing verde. |
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A credibilidade jornalística em questão: download gratuito de uma obra indispensável |
Não há qualquer dúvida sobre a influência da atividade jornalística na formação da opinião pública, mas esta condição deve ser contemplada a partir de alguns pressupostos, visto que, na era da desinformação e do negacionismo, a mídia, em muitos casos (seria a maior parte deles?) costuma cometer equívocos formidáveis, seja pela não checagem das informações que veicula, seja pela participação voluntária no processo de polarização política e ideológica.
A credibilidade jornalística tem sido, portanto, questionada e constitui questão fundamental a ser considerada no debate sobre o papel dos meios de comunicação na sociedade moderna.
Para enriquecer esta discussão, a Editora Insular publicou uma obra importante que aborda exatamente a questão da credibilidade jornalística, organizada pelo professor Rogério Christofoletti, com a participação de uma dezena e meia de profissionais, pesquisadores e estudiosos do jornalismo. Como indicado na apresentação, “este livro trata da confiança nos meios de comunicação e de credibilidade jornalística, na esperança de oferecer novas contribuições para a compreensão de suas dinâmicas de formação, oscilação, ganho, perda e conservação.” A ideia que levou a esta publicação surgiu há 3 anos, com a apresentação de um projeto ao CNPq e foi ganhando corpo ao longo do tempo.
Como indicado no prefácio, “No mercado das ideias, credibilidade é uma das mais valorizadas. Afinal, ela é um distintivo social muito desejado. Em algumas atividades como o jornalismo, ela é também uma condição de sobrevivência, já que é ponto de partida para a prática de bem informar.
“É importante reconhecer como a obra faz questão de lembrar, que “a confiabilidade integral pode ser inalcançável na prática e trazer problemas coletivos e individuais. Afinal, acreditar cegamente nas notícias pode gerar conformismo, resignação, apatia cívica e atrofias no senso crítico. É paradoxal, mas a desconfiança também é saudável na vida em sociedade. Em doses moderadas, ela pode ajudar pessoas e comunidades a revisarem continuamente seus parâmetros de julgamento e pode estimular a busca por sistemas de crença mais seguros e aperfeiçoados. O balanço entre confiar e desconfiar é uma dança a que as pessoas não podem renunciar.”
Vale a pena consultar a obra e contribuir para este debate. O jornalismo e a democracia agradecem.
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As fontes de informação são atores essenciais da prática jornalística. Aprenda a identificá-las! |
O trabalho jornalístico competente e responsável, assim como o acadêmico, deve estar respaldado em fontes confiáveis, o que significa que elas não apenas precisam dominar, em profundidade, os temas aos quais se reportam, mas não estarem comprometidas com determinados interesses (comerciais, políticos, ideológicos, pessoais, dentre outros).
A atuação dos lobbies empresariais e políticos representa uma realidade e tem contribuído para contaminar o debate de temas relevantes, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, a sobrevivência das comunidades tradicionais e a ética das tecnologias disruptivas. Por isso, é necessária muita atenção à questão da competência e da independência das fontes de modo a garantir a integridade das informações que circulam nas publicações científicas, mas também no Parlamento brasileiro, e nos meios de comunicação.
Para subsidiar este debate, podemos indicar uma obra que trata com propriedade da questão das fontes de informação e que está disponível gratuitamente para download. Ela se denomina “Manual de fontes de informação”, de autoria de Murilo Bastos da Cunha, e analisa diversos tipos de fontes, como as enciclopédias, dicionários, repertórios biográficos, fontes geográficas, fontes estatísticas, fontes jurídicas e serviços de busca. Além disso, ela apresenta critérios para avaliação e seleção das fontes, cita exemplos de publicações assumidas como fidedignas e incorpora um conjunto relevante de obras para leitura complementar.
Ela foi lançada inicialmente em 2010, mas rapidamente se esgotou, e teve uma nova edição uma década depois, reunindo mais de 450 fontes de informação comprovadamente úteis para aqueles que estudam e pesquisas temas em várias áreas do conhecimento. Conforme mencionado na apresentação, “Este livro tem por objetivo facilitar para o leitor as perspectivas básicas, as ferramentas e os recursos bibliográficos para uma navegação nesse verdadeiro emaranhado de informação. Enquanto a estrutura desta obra segue o esquema convencional adotado na maioria das escolas de biblioteconomia, ênfase substancial foi colocada nos recursos digitais, notadamente aqueles disponíveis na internet.”
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Comtexto Comunicação e Pesquisa em ação |
Curso da Comtexto dá dicas valiosas para a construção de uma Política de Comunicação
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A Comtexto oferecerá, a partir do primeiro trimestre de 2025, um curso inédito, on-line e in company, que irá abordar o processo de construção de uma Política de Comunicação Institucional para empresas, universidades e institutos federais, valendo-se da experiência acumulada em projetos desenvolvidos para mais de uma dezena e meia de organizações brasileiras, na área pública e privada.
O curso visa apresentar as várias etapas de construção de uma Política de Comunicação Institucional, bem como debater os desafios inerentes à sua implementação, com a apresentação de exemplos concretos. Ele incluirá a discussão dos principais temas que costumam figurar nos documentos, já em vigor, de uma Política de Comunicação, mas abordará, também, novos temas que deverão estar presentes no futuro, como as questões relativas ao uso da IA na comunicação, a importância da Linguagem Simples e da acessibilidade de maneira geral.
O curso tem uma carga horária de 12 horas/aula e, de imediato, será constituído a partir do interesse das organizações que pretendem construir a sua Política de Comunicação, seja internamente ou com a participação de consultoria especializada, como a Comtexto Comunicação e Pesquisa.
Os interessados em realizar esse curso em sua empresa ou organizão deverão entrar em contato diretamente com o responsável pelo curso, prof. Wilson da Costa Bueno, pelo e-mail professor@comtexto.com.br ou pelo Whats (11) 95340-6948, para informações sobre o conteúdo programático do curso, orçamento e sua dinâmica.
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Auditoria de imagem e presença das organizações na mídia: Comtexto programa projeto para 2025
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A avaliação da presença e da imagem das organizações na mídia representa processo fundamental de uma comunicação institucional efetivamente estratégica e, obrigatoriamente, deveria figurar na agenda das organizações brasileiras.
A Comtexto Comunicação e Pesquisa, pioneira no desenvolvimento de projetos nessa área, em nosso país, estará, em 2025, dedicando atenção especial a esta atividade, buscando estabelecer parceria com as organizações interessadas em qualificar a sua comunicação.
O projeto, dependendo do interesse das empresas, poderá incorporar tanto a avaliação do processo de relacionamento com a mídia tradicional, como a repercussão do esforço de comunicação nas mídias sociais, buscando estabelecer indicadores que permitam avaliar a sua eficácia.
As organizações interessadas em desenvolver esta parceria com a Comtexto deverão entrar em contato diretamente com o responsável por este projeto, prof. Wilson da Costa Bueno, pelo e-mail professor@comtexto.com.br ou pelo Whats (11) 95340-6948 para maiores informações, inclusive sobre a forma de realização do projeto, orçamento, tempo de execução, dentre outras.
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Clicando e aprendendo |
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Comunicação da marca: a contribuição de Jaime Troiano |
Os profissionais de propaganda/marketing, de comunicação, mas também de outras áreas, certamente já tomaram contato com o trabalho desenvolvido pela Troiano há mais de 3 décadas e, sobretudo, tem acompanhado a contribuição valiosa de Jaime Troiano para o estudo e a prática do branding em nosso país. Livros como “As marcas no divã” e “Brand Intelligence”, dentre outros, ocupam lugar de destaque nas referências desta temática.
É fundamental lembrar que Jaime Troiano continua presente, com suas observações, reflexões e pesquisas, no Linkedin e que os interessados poderão ficar em dia com a sua permanente e lúcida contribuição ao campo.
Seria impossível em espaço tão curto, como o desse texto, resumir posturas, conceitos e reflexões de Jaime Troiano, mas podemos mencionar pelo menos três, normalmente registradas em entrevistas ao longo do tempo. Vamos lá:
1) Não há marca forte que resista a produto ruim, como já indiquei antes. Mesmo tentativas pirotécnicas de comunicação não são capazes de ocultar a fragilidade de produtos e serviços mal resolvidos. É apenas uma questão de tempo para que o “mágico seja desmascarado”.
2) “A política internacional de qualificação das empresas obrigará todas a obedecerem aos preceitos da cultura ESG ou ficarão fora do jogo. Será menos um processo consumer-driven e muito mais a natural ou impositiva aceitação das novas regras do jogo pelas empresas.”
3) “Quando falamos em construção e gestão de marcas, imagina-se que esse processo só tem êxito se recursos substanciais forem investidos em comunicação. Contra isso, eu sempre argumento, alinhado a profissionais insuspeitos como o inspirador David Aakder, que o principal recurso de comunicação das marcas é a soma e a sinergia de todos os pontos de contato com o mercado.”
Elas fazem parte de uma entrevista publicada pela crania.com.br e, se estiver interessado (a), pode consultá-la em: https://crania.com.br/2024/11/11/mudancas-organizacionais-bem-pensadas-podem-ser-muito-promissoras-diz-jaime-troiano/
As dicas valiosas de Jaime Troiano e os seus ensinamentos são sempre sábios, evidenciando uma experiência singular e uma leitura abrangente e profunda do mercado.
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Cientistas reafirmam a teoria da evolução biológica E alertam para a ameaça presente do negacionismo |
A desinformação e o negacionismo costumam questionar a validade de teorias baseadas em evidências científicas e que estão firmadas, e repetidamente confirmadas, durante um longo tempo. Este é o caso da teoria da evolução por seleção natural, originalmente concebida por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace, no final do século 19.
Atenta a esta investida contra a ciência, a Academia Brasileira de Ciências (ABC)
publicou, recentemente, o livro “Evolução é fato”, lançado, primeiramente no Rio de Janeiro, em setembro deste ano, e em São Paulo, neste mês de novembro.
A obra, organizada pelo geneticista e bioquímico Carlos Menck, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, reúne a contribuição de 28 cientistas, de várias áreas de conhecimento e de instituições brasileiras, e está disponível para download gratuito (veja link ao final deste texto).
Conforme reportagem publicada pelo Jornal da USP, assinada por Herton Escobar, o conteúdo da obra “está organizado em 22 seções, que passeiam pelos diversos campos de pesquisa que se relacionam com a teoria evolutiva e que são influenciados por ela, como os primórdios da vida na Terra, a origem da espécie humana e a evolução das bactérias resistentes a antibióticos.”
Esta publicação tem como mérito o fato de ter sido escrita tendo como público-alvo o leigo, o cidadão comum, exatamente aquele que, com maior frequência, é bombardeado por informações e pseudoteorias (criacionismo e design inteligente) que, apoiadas em convicções religiosas, sem comprovação na realidade, questionam a teoria da evolução.
Segundo a biomédica Helena Nader, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), presidente da ABC, citada na reportagem de Herton Escobar, “A ABC entende que religião e ciência não são mutuamente excludentes”, afirma Helena Nader, no prefácio do livro. “No entanto”, completa ela, “cabe lembrar que este livro reafirma a importância da evolução como conceito central para entender a vida na Terra, destacando o papel dos métodos científicos rigorosos e das evidências empíricas na formação do nosso conhecimento. (…) Por meio desta publicação, a ABC aponta como a ciência se diferencia do criacionismo e expressa, de forma inequívoca (…) que o criacionismo ou design inteligente não têm lugar na explicação da origem da vida no mundo em que vivemos.”
Se você, como nós, se compromete também com a ciência, vale a pena baixar o livro e fazer uma leitura atenta dos seus diversos capítulos, bem como dar uma olhada na matéria do Jornal da USP, que acaba de ser publicada.
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A reunião dos líderes do G20 promoverá mudanças importantes ou ficará apenas na intenção? |
A declaração final da Cúpula do G20, divulgada no dia 18 de novembro último, inclui uma série de considerações importantes, dentre as quais se destacam a preocupação com as crises humanitárias decorrentes das guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, a aliança global contra a fome e a desigualdade, proposta pelo Brasil, a questão da inteligência artificial, a contestação a respeito da atual estrutura do Conselho de Segurança da ONU, a timidez no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentre muitas outras.
Mais do que tentar aqui um resumo das principais informações constantes do documento final do G20, o que não seria possível pelo formato desse boletim, julgamos importante oferecer o link de acesso à íntegra da declaração, que está disponível ao final desse texto.
Além disso, é imperioso chamar a atenção para o fato de que, invariavelmente, estas reuniões globais apresentam, quase sempre, narrativas que merecem ser saudadas, mas que, na prática, não costumam ser implementadas por interesses políticos, comerciais ou ideológicos.
Assistimos, durante a sua realização, ao esforço de alguns líderes de não endossar declarações que poderiam afrontar os seus comprometimentos e interesses, o que sinaliza a disposição de não as colocar em prática, mas de atuar, de forma transparente ou não, para boicotá-las no futuro.
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Pensando a Comunicação fora da caixa é uma newsletter da Comtexto Comunicação e Pesquisa, empresa de consultoria nas áreas de Comunicação Organizacional/Empresarial e Jornalismo Especializado.
Editor: Wilson da Costa Bueno
E-mail para contato: wilson@comtexto.com.br
As informações podem ser reproduzidas livremente, mas solicita-se que, caso isso ocorra, a fonte seja citada. |
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